sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Marketing do Marítimo e o seu potencial

Não será novidade para ninguém que ganhamos em Alvalade no passado Domingo. Não será também novidade que um sul-coreano de 21 anos, de seu nome Suk foi o autor do único golo do encontro onde também fez uma exibição de encher o olho.


Agora o que poderá não ser conhecido por todos é que o vídeo do nosso golo, em 2 dias já tinha ultrapassado as 260 000 visitas. Para se ter uma noção da ordem de grandeza, é como que se nessas 48 horas, todos os habitantes do arquipélago da Madeira tivessem ligado o Youtube para ver este golo.
Coreanos? Holandeses? Portugueses? Chineses? Não interessa. Interessa é que é de facto muita gente com os olhos no Marítimo. O que nos leva a um outro ponto. Como capitalizar esta visibilidade em vendas, no fundo em euros para o clube?

Aquando da passagem do japonês Taka pelo Marítimo já se tinha falado nesta questão. Agora na apresentação do Suk também se falou em que desta forma abrem-se as portas de mais um mercado para o clube. Outras vantagens poderão existir, mas se o clube está actualmente preparado para capitalizar com esta projecção no Oriente para a venda de merchandising? Não.

É um facto que neste futebol moderno, odiado por alguns e considerado por outros como um verdadeiro espectáculo, os clubes cada vez mais apostam em obter receitas das mais diversas formas. Para além das quotizações e das receitas publicitárias/televisivas, as vendas de diverso material alusivo aos clubes ganha cada vez mais importância.

Por essa Europa, os exemplo sucedem-se. Os membros do nosso grupo da Liga Europa, Newcastle e Bordéus apresentam lojas online apelativas e com uma grande variedade de produtos à disposição para compra, claro está, com envio postal para a casa dos compradores.
Mais exemplos existem, tais como o  Tottenham (actual 4º classificado da Premier League), Sevilha (actual clube do Baba) ou mesmo clubes com ambições um pouco mais modestas como o Nuremberga ou o Palermo. Em Portugal, podemos olhar para os clubes que lutam pela Liga Europa na presente temporada tal como o Vitória de Guimarães

A situação do Marítimo
A situação do nosso clube do que a marketing e a vendas de merchandising diz respeito tem ainda uma enorme margem de progressão. Quem o diz não é um iluminado do marketing ou alguém que tenha a solução para todos os problemas. Pelo contrário, um simples sócio que se ao escrever estas linhas puder ter algum contributo para essa tal evolução, óptimo!
A conjuntura actual diz-nos que o apoio governamental (que é outra boa discussão) terá tendência a diminuir, senão extinguir-se. As receitas publicitárias também não têm previsões de aumento. Há então que tentar criar valor onde ainda há capacidade para tal. Uma das áreas que pode ser potenciada? Vendas de merchandising.

O Marítimo na actualidade tem duas lojas físicas, na sede do Almirante Reis e no complexo de Santo António. Notícias recentes dizem que está prevista uma nova loja/museu na zona dos Barreiros, mais concretamente no antigo stand da Spinauto, o que se saúda. Existe também uma loja online no site oficial, se bem que desactualizada e cuja actividade deverá ser residual.

A loja do Almirante Reis, em virtude do temporal do 20 de Fevereiro foi reabilitada, apresentando um visual mais moderno e bem conseguido, diga-se de passagem. Quanto à loja de Santo António é um pequeno espaço adaptado para este fim. 
Em comum o facto de terem pouca variedade de artigos para o que seria expectável para um dos principais clubes portugueses. É também bastante sentida a falta de um terminal multibanco no Almirante Reis, que facilite tanto compras de adeptos e de estrangeiros, bem como o pagamento de quotas.

Mercados com potencial
Mesmo se ignorarmos numa primeira fase os mercados que possam surgir com a actuação de um determinado jogador no Maior das Ilhas, existem centenas de milhar de pessoas a quem a marca Marítimo pode, e deve chegar.

i) Adeptos e sócios - pouco será preciso dizer. Adepto que se preze gosta de ter artigos do seu clube. Mesmo que não seja particularmente aficionado por coleccioná-los, há sempre um familiar ou amigo que gosta de oferecer algo relacionado com o clube da pessoa.
ii) Turistas - a Madeira é um dos principais mercados turísticos do país. E turista que goste de futebol, sabe que Madeira é Marítimo. Aqui a loja do Almirante Reis, em plena zona velha do Funchal (parte do roteiro turístico, portanto) assume uma grande importância, especialmente se a mesma for apelativa, com bastante variedade de artigos e pagamento simplificado (multibanco).
Adicionalmente, a venda online de bilhetes para os jogos de uma forma simples, numa secção da loja online permitiria que os apaixonados pelo futebol chegassem à Madeira com os bilhetes para os jogos já comprados. Vantagens? Tanto na tesouraria do clube como nas assistências.
Parcerias com hotéis também poderiam ser equacionadas, tanto para venda de bilhetes e de material, como em pacotes com o bilhete/transferes para os jogos incluídos.
iii) Emigrantes - O mercado da saudade. Venzuela, África do Sul, Jersey, Brasil... Existem centenas de milhar de madeirenses e descendentes espalhados pelos 4 cantos do mundo! Quantos deles não gostariam de poder comprar um artigo do seu clube, que lhes lembrasse a sua terra e que fosse entregue de uma forma simples por via postal?
Quantos pais e avós madeirenses emigrados não gostariam de ver os seus filhos e netos vestidos com a camisola do seu clube de sempre? Quem diz camisolas ou cachecóis diz praticamente tudo o que se quiser vender. O potencial nesta área é tremendo! Ao nível de outros clubes que são mais badalados pela comunicação social portuguesa!

O que vender?
Basicamente a esta pergunta responde-se com: tudo o que a imaginação ou um catálogo de um fornecedor de brindes permitir! Mais a sério, talvez um estudo de mercado (inquéritos aos sócios, porque não?) fosse o indicado para saber o que as pessoas querem, o que estariam dispostas a comprar e a que preço.

Para além dos habituais cachecóis, camisolas, pólos, porta-chaves, canecas, fatos de treino, existem muitas outras coisas. Não precisam de ser artigos com valores elevados, pode-se apostar também em artigos mais baratos, que se vendam em quantidades maiores (novamente, um estudo de mercado poderá dizer quanto é que as pessoas estariam interessadas em pagar pelas diversas coisas).
Uma consulta às lojas online acima mencionadas (e a outras) poderá dar ideias. Deixa-se também um link para o catálogo online do Bordéus

Produtos relacionados com a Madeira, desde que com qualidade, como o recentemente lançado vinho do Marítimo são também uma boa aposta pois servem também de souvenirs.

Uma outra vertente a explorar seria a mascote. O Garras foi uma mascote muito bem conseguida e seria inteligente aproveitar a mesma para a criação de artigos para crianças e talvez algum material escolar, porque não? Isto porque são de pequenos que se começam a formar os grandes maritimistas de amanhã. 

Angariação de sócios
Por muito ferrenho que um adepto se diga, na realidade só o é se contribuir para o clube. Como? Tornando-se sócio! E será do interesse do Marítimo manter os sócios existentes e conseguindo angariar novos. 
Como referido anteriormente, a colocação de um terminal multibanco no Almirante Reis facilitaria em muito o pagamento de quotas por parte dos sócios. No entanto, melhor ainda seria a possibilidade de pagamento online das quotas especialmente para os sócios correspondentes espalhados pelo mundo (novamente o potencial da diáspora madeirense). 

Dado que as quotas do Marítimo são relativamente baratas dada a realidade portuguesa, a angariação de novos sócios dever-se-ia realizar de forma quase espontânea. No entanto a mentalidade latina faz com que a existência de novos sócios seja proporcional aos sucessos desportivos.
Como tentar contornar isto? Uma ideia seria a criação de parcerias e descontos com outras entidades/lojas para os sócios do Marítimo. Isso e a criação de um novo cartão de sócio, estilo multibanco, para substituir o já velhinho papel plastificado.


Novamente, referir que ficam aqui algumas ideias sobre o que se poderá fazer para evoluir o marketing do Marítimo, sem pretenciosismos, da parte de um simples sócio.
Agora, seria interessante que outros sócios, adeptos ou mesmo simpatizantes dessem a sua visão ou ideias no espaço que abaixo é disponibilizado!
Saudações maritimistas!

18 comentários:

  1. Por favor mostrem este artigo ao departamento de MKT do CSM! acho que seria uma mais valia para o clube

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  2. Bastante pertinente! Não queres enviar esta mesma mensagem à direcção? Nem que seja para que eles saibam que os sócios discutem esta fraca aposta no merchandising. Eu há muitos anos que gostava de adquirir aquelas sweats de treino vermelhas com o simbolo ao meio, lembram-se? E camisas antigas...

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  3. Caros Marítimistas,
    Ainda bem que lançaram este tema dado que tenho uma grande reclamação/sugestão a fazer à direção do nosso clube:
    Sou sócio do Marítimo desde 1999 e acham normal eu NUNCA ter recebido qualquer carta, informação, emails, avisos, ou outro tipo de comunicação sobre o nosso clube?
    Será que é por eu estar no Continente que sou ignorado? Nao consigo perceber nem admitir que uma instituição com mais de 100 anos não tenham em atenção a este ponto que acho fundamental para motivarem os sócios que infelizmente estão longe da Madeira.
    Limito-me a pagar as quotas e ponto. Nada mais há na minha relaçao com o clube e vice-versa.
    Às vezes pergunto-me: Para que sou sócio? Valerá apena? Nao deveria haver um cuidado maior nessa reação clube-Sócio?
    Um abraço a todos,
    Ricardo Vieira

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    1. Realmente é um outro aspecto também a melhorar. Deveria ser feito um levantamento dos dados/actualização dos mesmos dos sócios pagantes, com a constituição de uma base de dados informática.

      Vale o que vale, mas um exemplo é o caso de sócios que deixaram de pagar a quota à mais de meia dúzia de anos e recebem felicitações pelos anos, enquanto outros que pagam as quotas religiosamente não as recebem...

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  4. Excelente artigo. Mostrem ao departamento de Marketing do nosso Glorioso. Temos um longo caminho a percorrer .

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  5. Eu falo nisso há já algum tempo, tudo o que dizes já tinha referido em inúmeras conversas.
    A verdade é que algo tem que mudar, temos tudo para ser um clube com muito mais visibilidade lá fora, tendo em conta as condições onde estamos colocados, sim numa ilha turística, e temos que tirar partido disso e não só.
    Como referiste e bem há imensos marcados a ser explorados, e agora com Suk, será de explorar o mercado asiático que gosto de futebol europeu, e ainda podemos lhe dar uma estância de férias, tudo isso e muito mais.
    Lá está o markting do Marítimo nunca foi forte, mas está na hora, ainda para mais com as condições económicas em que estamos seria atractivo para os cofres do clube e da ilha, mas sim o estádio precisa de ser finalizado sem dúvida.
    Abraço Bom post!

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    1. O facto do futebol + a ilha como estância de férias é algo que pode ser bastante potenciado, em diversas vertentes, tanto no caso dos turistas que vêm à Madeira aproveitarem para verem o Marítimo como os turistas que vêm ver jogos aproveitarem para conhecer a Madeira e por lá deixarem uns sempre muito bem vindos euros.

      E de facto, o estádio estar como está não é uma ajuda nessa situação, até pela imagem que passa. No entanto continuo a acreditar que as pessoas em frente do clube todos os dias continuam a tentar encontrar uma solução para a conclusão do mesmo sem que hipotecar o futuro do clube.

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  6. Há muitos pontos chaves aqui, tudo o que muitas pessoas já falaram antes, que já inclusive deixaram na página oficial e que apagaram os comentários, indicando terem sido entregues a quem trata destes assuntos.
    Falando um pouco a nível geral do que foi dito, temos de aproveitar as oportunidades que temos para conseguirmos rentabilizar mais o clube. Qualquer português que goste de futebol acompanha a Liga Europa e a Liga dos Campeões. E nós temos sido acompanhados nas presenças na Liga Europa, que fazem aumentar a visibilidade do clube. Cada golo marcado, vitória, cada bom jogo é geralmente comentado por todos, sendo que isto são excelentes fórmulas para vender mais. Até mesmo no campeonato, como colocaram ai o exemplo deste golo do Suk.
    Temos também jogadores de várias partes do mundo como Brasil, Cabo Verde, França, Guiné Bissau, República da Coreia, Nigéria, Sérvia, China e Alemanha. Isto quer dizer que também por isso podem existir pessoas interessadas, por exemplo, muitos brasileiros (por exemplo, na página do Craque Danilo Dias chegam a ser dezenas deles) e cabo-verdianos (que antes, durante e após a CAN deixaram diversos comentários) acompanham frequentemente páginas do Facebook que falam sobre os seus jogadores, dos seus amigos, dos seus familiares, etc. Alguns deles perguntaram já onde comprar cachecol e camisola actual.
    Quanto aos mercados com potencial, não podemos ignorar nenhum dos que foram escrito: no que toca a adeptos e sócios devia existir maior ligação com o clube, quer seja na Madeira como fora dela.
    Na minha opinião a ordem deve ser: Sócios; Adeptos; Emigrantes; Turistas;
    Essa ideia do acordo com o hotel podia ser bem estabelecida, tal como com companhias de viagem que fazem roteiros para os visitantes, para os levar ao clube, verem, visitarem, conhecerem. Além disso esses acordos com os hotéis na madeira podia a vir a ser útil para as pessoas que vivem fora da ilha conseguirem ir à Madeira acompanhar o seu clube (exemplo: se nas reversas incluir o preço do bilhete do jogo, ter um desconto quer da parte do Marítimo quer da parte do hotel para fazerem isso). Outra parceria que podiam fazer era os adeptos que quisessem deslocar até ao continente, ficariam naqueles hotéis em que os jogadores ficam ou mesmo em que exista acordo, de modo a ficar mais barato e já a conter o bilhete do jogo. Estes “descontos” teriam de ser para sócios, por exemplo.
    Outro acordo que seria de se estudar era com companhias aéreas, que proporcionassem a deslocação de sócios/adeptos do Marítimo, Madeira-Continente-Madeira e Continente-Madeira-Continente.
    Quanto aos produtos a vender, um catálogo sempre actualizado por época, plataformas de compras online, são coisas que não são assim tão difíceis de cumprir, tendo eu a certeza que qualquer um outro da nossa liga tem e melhor que alguma vez nós tivemos.
    Seria uma excelente ideia a criação de produtos diferentes, com propostas de adeptos (ex concursos), ouvindo a sua opinião.

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    1. É bom ver que existem mais pessoas que concordam com os aspectos que aqui foram apresentados. É sinal que são tópicos válidos, cuja discussão faz todo o sentido.

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    2. Tocaram num ponto chave, normal existir muitos comentários. Foi um excelente post, sem sombra de dúvida

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  7. (Resto do comentário)
    Quanto à mascote, podia ser bem estudada para fazer visitas a crianças nas escolas, no estádio e pegar nela para colocar em produtos para os mais pequenos. Camisolas, babetes, calções, casacos. É um boneco considerado querido, simpático, fofo… porquê não fazer dele algo maior?
    A angariação de sócios também devia ser algo a ter em conta, a página oficial do clube chega a crescer 100 gostos por dia. Quem tem acompanhado a página facilmente vê e os gestores da página melhor que ninguém devem saber e ver essa realidade. Porquê não mandar uma mensagem a todos os que colocam gosto, com informações para ser sócio?
    A recuperação dos sócios é um capítulo que aqui não falaram, mas seria de abrir os olhos: se existe assim tantos sócios não pagantes, porque não os chamar de volta? Com avisos, e-mails, chamadas e/ou mensagens, vendo o porquê de ter deixado de pagar, o porquê de não ir mais ao estádio, o porquê de não se interessarem ou cumprirem com o que estabeleceram?
    E por ultimo, uma preocupação maior com os sócios: saber se querem ir, se vão, quem não vai aos jogos, enviar cartas a informar publicidade (como agora está a decorrer a do Dia dos Namorados em que os sócios podem levar o/a companheiro/a), informar descontos, novidades, procurar ver o que eles querem, ver a sua opinião…

    Isto é a minha opinião (partilhada com a Margarida Novais e Marco Nunes) a curto prazo, se falasse a médio e a longo nunca mais acabava com este comentário!
    Saudações verde-rubras e uma excelente noite e fim de semana para todos

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  8. A minha principal crítica é sentir o clube tão distante. Sentir que a iniciativa dos adeptos de ajudar o clube não sejam ouvidas.
    Não existe um canal de comunicação entre os sócios e a direcção. Parece haver medo, como se nós quiséssemos tomar o lugar dos que lá estão, quando muito simplesmente queremos ... AJUDAR, dar o nosso contributo.
    Se nos deixassem, haveria um admirável mundo novo que poderia ser explorado e poderíamos crescer como nunca, dar um salto gigante.

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    1. O intuito deste post é esse mesmo, trazer o assunto à discussão e ajudar o clube, dando ideias.
      Sem querer tomar lugares, sem querer reconhecimentos públicos, pura e simplesmente ajudar o clube!

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  9. O Sr. Carlos Pereira não queria sugestões dos sócios?? Aqui estão elas.. é preciso abrir os olhos e apostar!

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  10. Se apenas 1/5 das pessoas que visualizaram o vídeo comprassem a camisola oficial do Suk, p.e., teríamos 3.000.000€ a entrar nos cofres do Almirantes Reis.

    É óbvio que é um cálculo "oportunista" mas se conseguíssemos estes números num ano desportivo seria um encaixa bastante significativo e com grande impacto nas finanças do clube, numa alínea que neste momento é residual.

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  11. Entretanto, o link para este post já foi enviado para o Departamento de Marketing Comunicação e Imagem do Marítimo.

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