segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Taça de Portugal 2016/2017: Naval 1º de Maio -0 / Marítimo -4


Às 09h30 da manhã, com um rigor britânico, estávamos como combinado no ponto de encontro. Desta vez o ponto de partida foi a Gare do Oriente. Rapidamente pusemo-nos à estrada, pois o objectivo é também passear um pouco e ficar a conhecer um pouco da Figueira da Foz. O futebol leva-nos a descobrir novos sítios e nada como um jogo da Taça de Portugal para aproveitar a deslocação e fazer turismo.

Com apenas uma paragem na A1 para o café, chegámos rapidamente e sem sobressaltos. A cidade é de facto muito aprazível, desenvolvida sobretudo ao longo do enorme e famoso areal e a vista do Cabo Mondego vale a pena, embora o tempo nublado lhe tivesse retirado algum impacto. Depois de uma volta de reconhecimento pelo centro , o facto é que o movimento é quase nulo (à excepção dos saudáveis “runners” de fim de semana, mal vimos pessoas ou sequer automóveis). 

Com o estômago reconfortado, lá fomos para as imediações do Estádio José Bento Pessoa. Sim, imediações, porque o jogo decorreu no Campo de treinos!! (o estádio está ao abandono e naturalmente não podia receber esta eliminatória).

Relativamente a esse facto, as condições eram de facto as mínimas das mínimas. Uma casa de banho disponível para o público, ausência de bar de apoio, um bancada com capacidade para 100 pessoas sem qualquer cobertura, campo separado por uma fraca vedação… O relvado sintético (deve ter as dimensões mínimas) era o melhor deste campo.

Chegados ao campo, a recepção foi bastante aprazível à excepção dos senhores agentes da autoridade que deverão ter tido o seu momento alto dos últimos tempos e decidiram ter uma atitude altamente exigente para connosco (faixas não entraram, outra foi parcialmente tapada, a bandeira da Madeira quase que foi a votos para poder entrar…). Note-se que até chapéus-de-chuva pontiagudos entraram, pois segundo os senhores de azul “não queremos complicar”… Enfim, o público (retirando um ou outro artista) deu uma lição de bem receber e acabámos o jogo em amena cavaqueira com a claque da Naval, a Squadra Verdi.

Quanto a jogo jogado… típico encontro de Taça. Jogámos com menos 7 titulares e a primeira parte foi de bradar aos céus: pouco futebol, pouca luta, pouca entrega. Por entre vários ensaios típicos de um jogo de rugby, conseguimos rematar por duas vezes à baliza da Naval, sem muito mais a acrescentar.

Na segunda parte, um minuto depois de Baba ter saído, lá apareceu o primeiro golo: Dyego Sousa (que substituiu o senegalês) ganhou uma bola e deu para Brito que fuzilou o jovem guarda-redes Igor. Cerca de 10 minutos depois, Dyego voltou a assistir, desta vez para Ghazaryan marcar. Três minutos depois o arménio bisou, acabando com qualquer possível reacção da turma da Figueira. A acabar, Dyego Sousa rematou na passada e fez o 4-0. Após o apito final ofereceu as botas a um adepto verde-rubro.

Estes jogos são sempre fáceis, especialmente quando os jogos acabam e os ganhamos. A Naval conseguiu aguentar bem o resultado na 1ª parte e na verdade parecemos sempre pouco interessados em pegar no jogo. Temos de nos entregar mais e logo de início. Poderia ter sido mais complicado, mas conseguimos pegar no jogo e fazer o que nos competia. Muito dificilmente poderemos voltar a rodar tantos jogadores, pois na verdade não temos plantel para isso e os adversários serão certamente mais complicados.

A destacar, sem sombras de dúvidas, Dyego Sousa: entrou e confundiu por completo a defesa da Figueira. Assistiu, marcou e desbloqueou um jogo que estava empenado. Fez a diferença.

Ghazaryan: o arménio tentou sempre jogar simples, mas foi a combinar com  o Dyego que conseguiu marcar e dar mais fluidez ao seu futebol. Quando as coisas lhe saem bem, é um prazer ver este jogador em campo.

Baba: O cartoon dizia “Babalu, para pensar estou cá eu”. Dyego deve agora dizer: “Baba, para jogar, estou cá eu”. Não é nosso apanágio falar mal dos nossos jogadores, mas o jogo do senegalês foi mau
 demais. Entrámos com menos um. Nada lhe corre bem deste que voltou ao Marítimo, e tem tido oportunidades que outros não têm tido…

Vitória justa e aguardemos pelo sorteio relativo à 4ª eliminatória.

Nota final para a chegada do nosso autocarro: na altura éramos muito poucos adeptos presentes nas imediações do estádio, mas os jogadores mostraram-se bem dispostos e retribuíram os nossos incentivos. Aqui, o destaque vai por inteiro a Briguel, que fez questão de nos cumprimentar individualmente. “Pormaiores” que fazem (toda) a diferença.

Imagens do jogo: 












quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Liga NOS 2016/2017: Vitória de Setúbal- 0 / Marítimo- 1



Domingo às quatro da tarde. Dia e hora tão simples para agendar um jogo de futebol, mas que por vezes parece ser mais complicado do que agendar uma audiência com o Papa. O verdadeiro adepto de futebol, essa espécie em vias de extinção, que não troca televisor algum ou streaming à moda do Inácio por uma ida ao estádio. E nada como o fazer num Domingo à tarde. Como sempre foi e sempre deveria ser.

De volta a um campo onde nos últimos anos temos sido felizes (nos cinco embates anteriores só tínhamos perdido uma vez, empatado duas e vencido também por duas vezes, ambas por 4-2), os cerca de 50 adeptos maritimistas deslocaram-se a Setúbal na esperança de um bom resultado, pese embora o péssimo arranque no campeonato. Mais do que isso, era importante aferir se a exibição (e vitória) no jogo anterior contra o Tondela tinha sido apenas resultado da mudança de treinador ou se de facto Daniel Ramos veio com ideias novas e mudanças efectivas no estilo de jogo.

Efectivamente o início de jogo mostrou um Marítimo extremamente pressionante, a querer tomar conta do jogo e a mostrar sinais de uma organização – principalmente a meio campo – que ainda não tinha sido mostrada nas jornadas anteriores. À passagem do quarto de hora, destaque para o excelente remate à entrada da área de Éber Bessa, ao qual Bruno Varela se opôs, mostrando grande atenção. Em toda a primeira parte, pouco se viu do Setúbal, a não ser num livre bem marcado por Ruca, mas que Gottardi (um dos melhores reforços desta época) aproveitou para mostrar os seus galões. 

A primeira parte chegou ao fim, com sinal mais para os verde-rubros (principalmente pelos primeiros 20 minutos), mas com o empate a aceitar-se. Nota ainda para o facto do guarda-redes vitoriano ter queimado tempo à passagem dos 40 minutos (foi mesmo assobiado pelos próprios adeptos da casa – não se percebe a atitude de Varela, jogando em casa e com mais 45 minutos por jogar).

A segunda parte começou praticamente com o nosso golo (infelizmente no lado mais oposto do campo – fica de facto, muito longe da bancada onde nos encontrávamos). Canto na direita e Dyego a saltar mais alto, rematando de cabeça sem hipóteses para Varela. O jogo prosseguiu sem grandes emoções, até que Dyego sofre uma grande penalidade. Fransérgio chamou a si mesmo a responsabilidade de marcar e fez quase tudo bem: guarda-redes para  um lado, bola para o outro… demasiado para o outro e o esférico saiu pela linha final. 

Fruto desse falhanço, o Vitória acreditou até final e tentou o empate, mas desta vez a nossa defesa mostrou solidez.

Notas de destaque: temos de falar no Dyego: marcou um golo, lutou que se fartou, ganhou inúmeras bolas, de costas para a baliza, em corrida… enfim, muito esforçado. No entanto, não pode, de forma alguma fazer a birra que fez no lance do penalti (desentendeu-se com o Fransérgio – capitão de equipa e esbracejou em direcção do banco).

China: as suas exibições são consistentes. Não tem medo de ir à bola, demonstra um sentido de posicionamento muito acima da média e melhora sempre um pouco mais em relação ao seu jogo anterior. Di Maria da Calheta.

Erdem: Parece que temos alguém a acalmar o nosso meio campo: discreto, lutador e organizado. Parece que não faz parte do jogo, mas muita da mudança que assistimos nestes dois jogos tem a ver com a aposta neste jogador. A rever.

Daniel Ramos continua a rimar com 3 pontos. Mais do que isso, as mudanças na equipa são notórias: mais e melhor organização. Porém, não mexeu na equipa em devida altura: Éber Bessa a partir dos 75 minutos arrastava-se em campo. Xavier, idem. O próprio Dyego mostrou sinais de cansaço. O meio campo caiu e as substituições só aconteceram a partir dos 80 min. Correu bem, mas deveria ter mexido mais cedo no banco.

No final, e como sempre, salutar convívio no Becas (tasca de culto ao lado do estádio do Bonfim) com os adeptos adversários.

Fotos do jogo: