quinta-feira, 19 de junho de 2014

Balanço da Época 2013/2014 e antevisão da Época 2014/2015



A época 2013/2014 caraterizou-se pelo não cumprimento dos objectivos delineados antes do início da época. Se é verdade que perdemos muitos pontos nos últimos minutos, é também verdade que esses erros se deveram a alguma inexperiência de grande parte do plantel e de erros crassos de alguns elementos que deveriam ser o exemplo em termos de experiência, como é o caso do Márcio Rozário, que abandonou o clube antes de terminar a época.

Figura 1. Festejos da equipa com os adeptos, em Setúbal. Foto do site zerozero.

Figura 2. Festejos do golo da vitória em Arouca.
 
Começando a análise pela baliza, foram utilizados quatro guarda-redes na equipa principal, o que mostra que não havia uma aposta totalmente segura num único guarda-redes, sobretudo na 1ª volta do campeonato. A época iniciou-se com a aposta num guarda-redes promissor (titular da Seleção Nacional Sub 21), mas sem experiência ao mais alto nível, pois transitou diretamente da equipa B e notava-se uma certa insegurança nalgumas decisões e sobretudo no jogo de pés, que é o seu ponto fraco. Os dois outros guarda-redes utilizados foram Wellington e Johnny Leonni, este último com alguma experiência de Liga dos Campeões, competição onde defendeu as cores do FC Zurich. Ambos revelaram uma certa insegurança na defesa da baliza verde-rubra, com os erros a se sucederem. A baliza só se tornou porto (mais) seguro com o regresso de Salin, após a novela da pré-época (com promessas do SC Braga à mistura), em que acabou no Rio Ave. Apenas ao segundo jogo (vitória sobre o FC Porto, pela margem mínima) da segunda volta, já com Salin na baliza, é que a equipa conseguiu manter as redes invioladas.

O que também é verdade é que o problema dos golos sofridos não se resume apenas ao trabalho dos guarda-redes, mas de toda a equipa. O sector defensivo (composto no 1º jogo da época  por Briguel,  Márcio Rozário, Igor Rossi e Rúben Ferreira) revelou igualmente grandes debilidades, denotadas logo na vitória sobre o Benfica (golo do empate resultou de falha defensiva) e arrastadas ao longo da primeira volta. O sector defensivo acabou por ser praticamente todo alterado (entradas de João Diogo, Patrick Bauer e Gegé), com algumas melhorias, sobretudo devido à entrada do alemão, que já era um esteio na equipa B e conseguiu tornar-se o patrão da defesa na equipa principal. Fábio Santos foi utilizado na parte final da época.

Relativamente ao meio campo, surgiram também algumas alterações ao longo da época. O único que se conseguiu manter a um nível mais elevado foi mesmo Danilo Pereira, que segurou o meio campo em muitos jogos, revelou grande propensão para bolas paradas e uma maturidade já muito assinalável para um jogador tão jovem. Esperemos que continue a evoluir no nosso meio campo pelo menos mais uma época. Em relação aos restantes elementos, houve alguma variação, com apostas em João Luíz, Marakis, Rodrigo Lindoso (apenas na 1ª volta e com utilização irregular), Alex Soares, Artur (fez alguns jogos a médio ofensivo), Nuno Rocha (boa segunda volta, que valeu uma transferência para a Roménia, com o Marítimo a garantir, supostamente, 400 mil euros), Fransérgio (a partir do mercado de Inverno) e Theo Weeks (que assinou a custo zero, já depois do fecho do mercado). O liberiano revelou-se uma boa surpresa e marcou alguns golos importantes.

O melhor sector da equipa foi o ataque, pois contou com a presença de um predestinado. Directamente do Madureira, Derley chegou, viu e venceu, como se costuma dizer. Foi o segundo melhor artilheiro do campeonato, com 16 golos, apenas atrás de Jackson Martinez. Destaque ainda para a brilhante primeira volta de Héldon, em que marcou 9 golos, tendo sido  transferido para Alvalade no mercado de Inverno, por uma verba que tinha sido considerada “ridícula” poucos dias antes. Os restantes elementos mais utilizados do ataque revelaram-se uma desilusão. Danilo Dias, que vai jogar no Azerbaijão na próxima época, e Sami, que vai a custo zero para o FC Porto, estiveram muitos furos abaixo do que podiam e deveriam ter feito, pelo que não deixarão saudades. Destaque ainda para as apostas em Rúben Brígido, Jorge Chula e André Ferreira (grande golo em Braga, que segurou o nosso 6º lugar). Relativamente ao suplente de Derley, Fidélis, viveu quase sempre à sombra do goleador e nunca se revelou uma alternativa credível.

Figura 3. Derley a festejar no Estádio do Marítimo. Foto do DN Madeira.

Figura 4, Primeiro golo oficial de Derley pelo Marítimo.
 
Relativamente à participação nas taças, houve algum azar na Taça da Liga, pois fomos bater ao grupo da morte, com jogos fora contra FC Porto e Sporting CP e um jogo em casa contra o Penafiel (nem este conseguimos ganhar, 0-0). Na Taça de Portugal, fomos afastados nos Oitavos de Final, curiosamente também pelo Penafiel, numa eliminação com poucas explicações, pois jogávamos em casa e éramos claros favoritos. 

No que respeita à equipa técnica, Pedro Martins e seus pares vão representar o Rio Ave na próxima época. Desejamos a maior sorte ao nosso antigo timoneiro, excepto nos jogos contra o Marítimo, naturalmente. Foi um prazer contar com a sua presença no banco verde-rubro. Revelou sempre grande respeito e simpatia para com os adeptos que seguem a equipa nos jogos fora de casa, como fez questão de ressalvar em conferência de imprensa. Resta-nos agradecer por tudo e desejar que seja um “até já”.

A época da equipa B foi algo atribulada, com o fantasma da despromoção a perdurar até à penúltima jornada. Felizmente, o objectivo da manutenção foi conseguido e a equipa vai poder continuar a competir num campeonato profissional.

A próxima época já começou a ser definida, pelo que Leonel Pontes (madeirense natural do Porto da Cruz e actualmente adjunto de Paulo Bento na Seleção Nacional) será o sucessor de Pedro Martins. O técnico encontra-se ainda a servir a Seleção Nacional, pelo que só virá depois de finalizado o Mundial 2014. Esperemos que a próxima época esteja já a ser trabalhada e que os reforços que surjam sejam realmente mais-valias para o ataque à próxima época.

O 6º lugar final acabou por ser um “mal menor”, mas esperemos que seja melhorado já na próxima época. Outra das desilusões da época foi não termos conseguido fazer o pleno de vitórias contra os chamados “grandes”. Fica para a próxima época, com Leonel Pontes ao leme!