terça-feira, 8 de julho de 2014

Análise sobre as principais transferências do Marítimo

Na sequência da venda de Derley ao Benfica, o Marítimo no Rectângulo decidiu fazer uma análise sobre as transferências (vendas), de modo a averiguar se o clube está a efectuar boas vendas e se compensa vender jogadores para o mercado interno. Pretende-se ainda avaliar o problema dos jogadores que saem sem quaisquer contrapartidas para o clube e procurar eventuais soluções. Na tabela seguinte encontram-se as principais vendas, desde a venda de Danny, em 2002, à de Derley, no presente ano:

Tabela 1. Principais vendas CSM (2002-2014)

Jogador
Valor da venda
Ano
Destino
Danny
2,1 M€
2002
Sporting CP
Bruno
Valor não divulgado
2002
FC Porto
Pepe
2 M€ + 15% do passe
2004
FC Porto
Manduca
0,5 M€ + Empréstimo de jogadores
2005
SL Benfica
Alan
1 M€
2005
FC Porto
Tonel
0,5 M€
2005
Sporting CP
Léo Lima
2 M€
2005
FC Porto
Souza
1,2 M€ (40% do passe)
2008
Panathinaikos
Makukula
0,5 M€ pela quebra do contrato de empréstimo
2008
SL Benfica
Evaldo
Troca de jogadores (Miguelito e C. Fernandes)
2008
SC Braga
Marcinho
0,2 M€
2010
APOEL FC
Manú
Valor não divulgado
2010
Légia Varsóvia
Marcelo Boeck
0,96 M€ por 75% do passe
2011
Sporting CP
Kanú
0,3 M€
2011
Al Ittihad Kalba
Baba
1,5 M€
2012
Sevilha FC
Peçanha
0,1 M€
2012
Rapid de Bucareste
Suk Hyun-Jun
3 M€
2013
Al-Ahli Jeddah
Héldon
1,5 M€
2014
Sporting CP
Derley
2,5 M€
2014
SL Benfica
Total
19,9 M€



Derley
Um dos principais problemas dos últimos anos foi a saída de jogadores sem quaisquer contrapartidas para o nosso clube. Uma possível solução seria tentar renovar mais cedo com os atletas, de modo a salvaguardar eventuais propostas “tentadoras” por parte dos clubes do sistema. Outro erro cometido recentemente foi o caso do Nuno Rocha, que foi lançado na equipa A, sem que o clube se tenha precavido, em relação à renovação de contrato. Este poderá ser um dos aspectos a melhorar, pois não podemos formar os jogadores desde os juniores, dando-lhes alojamento e apoio em tudo o que necessitavam, para que depois saiam a custo zero para outros emblemas. 

Rafael Miranda
As principais saídas a custo zero encontram-se na tabela 2.

                                     Tabela 2. Principais saídas a custo zero (2009-2014)

Jogador
Valor da venda
Ano
Destino
Marcos
Livre
2009
AC Renate
Paulo Jorge
Livre
2010
Al Ittihad Jeddah
Takahito Soma
Livre
2010
FC Energie Cottbus
Djalma
Livre
2011
FC Porto
Roberto Sousa
Livre
2012
Persepolis FC
Benachour
Livre
2012
APOEL FC
Roberge
Livre
2013
Sunderland AFC
João Guilherme
Livre
2013
APOEL FC
Rafael Miranda
Livre
2013
EC Bahia
Salin
Livre
2013
Rio Ave FC
Sami
Livre
2014
FC Porto
Danilo Dias
Livre
2014
Karabakh

Relativamente às transferências que envolveram entrada de dinheiro nos cofres verde-rubros, é possível verificar que o melhor encaixe financeiro foi relativo à transferência de Suk para a Arábia Saudita. Os negócios internos, com os três clubes do sistema, não têm sido tão lucrativos para os nossos cofres como deveriam. Desta forma, deveria haver uma aposta mais vincada em tentar vender para outros países europeus, ou mesmo para países extracomunitários, como foi o caso do jogador coreano. 

Danny
É curioso também verificar que foram necessários apenas quatro golos para convencer os sauditas a desembolsar 3 milhões de euros. Relativamente a Derley, o segundo lugar na lista de goleadores da Liga ZON Sagres (16 golos), não foi suficiente para que o Marítimo garantisse um encaixe de acordo com a real valia do atleta. 

Outro exemplo foi a transferência de Héldon para o Sporting, no mercado de Inverno da temporada 2013/2014. Dado o momento de forma (9 golos em menos de metade da época), os 1,5 M pagos pelo Sporting foram uma desilusão e um excelente negócio, mas apenas para o clube comprador. Porém, sabemos que se não tivesse sido naquela altura, provavelmente assinaria a custo zero, em Janeiro de 2015, para esse ou qualquer outro emblema.

Os valores referidos na tabela 1 poderão não estar totalmente correctos, pois alguns valores não foram divulgados pela imprensa na altura em que ocorreram as transferências. Relativamente ao negócio de Pepe, em que tínhamos 15% de uma futura venda (4,5 M, relativos a 15% dos 30 M que o Real Madrid pagou ao FC Porto), não temos conhecimento se a totalidade desse valor entrou efectivamente no clube, pois o Marítimo colocou o processo na FIFA. A necessidade de recorrer ao organismo que gere o futebol ilustra bem os “fantásticos” negócios que podem ser feitos internamente.

Pepe
Há uns anos a esta parte havia a moda dos empréstimos por parte dos clubes do sistema, tendo em vista um negócio mais favorável para as cores desses clubes. Felizmente, o Marítimo não tem caído nesse esquema e tem feito os possíveis para ter o mínimo de emprestados possível (zero é o ideal). O empréstimo é positivo, mais uma vez, para valorizar os activos dos clubes idolatrados pela maioria da população portuguesa.

Tem o Marítimo tirado o melhor proveito económico dos diversos valores que vão despontando e evoluindo na sua equipa? Deveria o Maior das Ilhas seguir uma outra estratégia na valorização e venda dos seus jogadores que lhe permita obter mais receita para poder investir na equipa, nas infraestruturas e no clube? Como sempre, incentivamos o debate sobre esta questão, tanto na caixa de comentários deste espaço como no Facebook...



1 comentário:

  1. Tem aí valores mal:

    Baba foi 3 M
    Marcinho nao foi acima de 1M
    Boeck foi 800 mil euros julgo

    Mas de forma geral, são valores anedóticos, de um clube amador... Note-se na serra, que venderam o Mexer, essa vedeta, que só larga pau, por 2.3 M... O Neto se nao estou em erro foi 4 M, o NENE idem...

    Mete nojo as transferencias deste clube porque nunca se saberá os valores reais, por interesse do presidente, que usa como desculpa o facto de nao querer passar para a praça pública a vida do clube, escondendo para si os negócios horrorosos que realiza...

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