sábado, 13 de abril de 2013

Do outro lado do mar: 4 - Atravessar o Alentejo pelo Maior das Ilhas

Decorria o ano 2005 quando me mudava de malas e bagagens para o “rectângulo” com o mesmo objectivo de muitos outros milhares de estudantes madeirenses, em busca de um futuro melhor. Faro seria a minha residência durante os próximos 3 anos, e com a mudança de casa, vinha a saudade (e necessidade) de assistir aos jogos do meu clube do coração. E como é evidente, apenas poderia assistir aos jogos fora de casa.

Foram vários os jogos assistidos entre as épocas 2005/06 e 2007/08 (ainda hoje guardo os bilhetes desses jogos como recordação) na zona da grande Lisboa (Restelo, Bonfim, Amadora, Alvalade e Luz foram os palcos onde estive). Não há nenhum que tenha sido mais importante que outro, mas vou relatar o primeiro, porque o primeiro é sempre o primeiro e por isso é especial.

Dada a necessidade de percorrer os cerca de 300Km que me distanciavam da capital (nestas 3 épocas o Algarve não teve nenhuma equipa na 1ª Liga) e quando os jogos eram às 16h, o despertador geralmente tocava bem cedo (6h da manhã) para apanhar o comboio na estação de comboios de Faro. O comboio partia as 6h45 rumo ao meu sonho. Contudo este jogo apenas se realizara às 20h, mas para conhecer um pouco melhor a capital fui mais cedo. Decorria o gélido mês de Novembro.

Chegado a Lisboa, mais pela tarde foi tempo de entrar em contacto com os restantes maritimistas que vieram da Madeira, com os que residiam em Lisboa e ainda uma comitiva que costumava vir de carro do Porto, num total de cerca de 50 adeptos do Glorioso. O destino seria o Restelo para assistir ao Belenenses – Marítimo que seria transmitido na sport tv (20h). Antes do início do jogo foi tempo de aquecer o corpo com umas jolas numa tasca fora do Estádio e seguir para o mais importante, o jogo.

Foi uma estreia abençoada diria, pois vencemos por 0-1 com um golo de Manduca, numa equipa onde pontificava o “holandês voador” Van der Gaag (agora a ter sucesso no Restelo). No final do jogo apenas metade dos jogadores se dignou a agradecer o apoio dos adeptos (algo que na altura era muito mais frequente que hoje em dia). Mas foram 3 preciosos pontos que me fizeram sentir que o esforço feito valeu a pena.

Chegado ao fim do jogo (22h) seria hora de voltar ao Algarve, comboios por essa hora nem vê-los, só restava os autocarros, onde esperei até à 1h da manhã na Estação de Sete Rios e cheguei ao Algarve por volta das 6h da manhã. Era tempo de recuperar energias e voltar aos estudos. E assim durante 3 anos vivi e respirei Marítimo em solo continental.

Milton.


O Milton também disponibilizou algumas imagens dessa mesma deslocação que, com o devido agradecimento, apresentamos em seguida:





3 comentários:

  1. Muito bom... isso é que são quilómetros.

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  2. Mais um fantástico testemunho, de quem tinha de fazer sempre longas deslocações para apoiar o Maior das Ilhas, nesta grande iniciativa do "Marítimo no rectângulo"! Espero que continuem a surgir mais testemunhos de antigos ou actuais adeptos maritimistas no "rectângulo"!

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  3. Grandes publicações que o Marítimo no Rectângulo tem feito... cada vez melhores. Saudações.

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