Numa época em que estamos uns furos abaixo do expectável,
conseguimos alcançar um objectivo sempre difícil, o de chegar a uma final. Pelo
segundo ano consecutivo… cá estamos! Se éramos a única equipa madeirense a
conseguir tamanha proeza, consolidamos ainda mais esta nota de destaque, e
agora somos igualmente os únicos a fazê-lo em duas épocas seguidas. Notável,
sem dúvida.
Pode dizer-se que o adversário era “apenas” o Portimonense,
uma equipa da segunda divisão e que não fizemos mais do que a nossa obrigação…
não sendo uma mentira descabida, a verdade é que para chegarmos a esta
meia-final, tivemos de jogar fora com o Feirense, onde ganhámos, visitar o
Dragão, onde quebrámos o enguiço e finalmente saímos de lá com uma vitória, por
expressivos 3-1 e, por fim, receber o complicado Famalicão.
Por outro lado, este Portimonense “só” defrontou
primodivisionários, onde ganhou todos os seus jogos, Sporting à mistura. Se era
fácil para nós, também terá sido para todos os outros que ficaram pelo caminho…
Seria de esperar que a esta altura já estivéssemos a planear
viagens, alojamento, a marcar férias, dispensas do trabalho, trocas de dias com
colegas e até mesmo alguns galhardetes com amigos do clube adversário. Pois
bem, estamos em Portugal e nada disso acontece, porque não há data, não há
local e não há adversário!!!
Se o adiar da outra meia final ainda entra no campo do
razoável, não concordamos nem aceitamos que a data da final seja alterada
(como, ao que parece, vai acontecer). Não é preciso ser o Willy Fog para
perceber que uma deslocação que dista 1000 km deve ser planeada com
antecedência, ainda para mais quando existe a obrigação de uma viagem de avião.
O esforço económico, gestão de responsabilidades familiares e profissionais é
manifestamente maior para quem vem de longe.
Não aceitaremos finais durante a semana, não aceitaremos
finais marcadas com 15 dias de antecedência, não aceitaremos tratamentos
díspares para dois clubes que partem de um pressuposto igual: são os dois
finalistas de uma mesma competição.
Queremos estar em maior número do que no ano passado,
desejamos fazer ainda mais barulho, pretendemos contribuir para um espectáculo ainda
com mais cor. Mas também queremos respeito.
Temos de marcar posição, seja contra o Braga ou contra o
Benfica, temos de vincar a nossa posição e zelar pelos interesses do nosso
Marítimo e dos nossos adeptos.
A Liga diz querer que os adeptos encham os estádios. Nós
também queremos. Se eles fizerem a parte deles, acreditem que nós faremos a
nossa.
Nota de destaque para os media: Já percebemos que desde o
sorteio da fase de grupos que não somos desejados. Nem pelo facto de termos
sido finalistas o ano passado nos deu credibilidade aos intelectuais do
jornalismo. Depois da futurologia transversal aos diversos jornais, em que
“mais um clássico” estava na mira, o destaque dado pela nossa chegada à final
ficou-se por um texto de ler à lupa. Cá estaremos para comparar o tratamento
dado quando o segundo finalista for apurado. Não ajudamos a vender jornais, mas
os jornais ajudam-nos a limpar muita coisa. Continuem assim!
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