Quem vai a Tondela? Esta foi a pergunta logo depois do dérbi
do arco – o tal que ninguém viu, mas que alguns suspeitam que foi verdade.
Reunidas as tropas, e após vários acertos de horário (12h30,
12h00, 11h30, até às definitivas 11 horas), combinou-se no inevitável Kaffa, em
Telheiras – um especial agradecimento pela cedência de um instrumento vital
nesta viagem: um abre cápsulas. A nossa vénia, portanto.
Este abre-cápsulas salvou o pequeno-almoço composto por esse
riquíssimo cereal que é a cevada em estado líquido. Decidimos fazer um upgrade e desta vez levámos uma geleira
atolhada de minis.
Ainda bem que saímos com tempo, pois graças ao pequeno-almoço
as paragens foram mais que muitas. Se o Zeca dizia que em cada esquina há um
amigo, a nossa vivência é diferente: em cada estação de serviço, uma casa de
banho.
Às 14h30 lá chegámos e honra à (única!!!) mini guardada para
o Jarbas, que escorregou que nem água no deserto. Estacionamento mesmo à porta
do (muito agradável) estádio, mas tínhamos perdido por pouco a chegada da
equipa.
Retemperadas as forças com uma refeição leve, as gentes de
Tondela começavam a chegar ao estádio e, como sempre, aproveitámos para
conviver e trocar pontos de vistas de forma salutar.
Passada a revista da praxe (isqueiros não entraram, mas
curiosamente as mochilas não foram revistadas), posicionámo-nos lateralmente
perto de uma das balizas e constatámos que éramos cerca de 50 pessoas. Havia o
nosso grupo que partiu desde Lisboa, pessoal de Coimbra e também madeirenses
que residem por aquelas bandas. Mais uma vez, o futebol serve como factor
congregador.
O jogo, como todos viram, começou com o Marítimo
completamente balanceado ao ataque, mas sem grande acutilância. O Tondela, por
sua vez, na primeira vez que vai à nossa baliza, marca. E depois soube fechar
muito bem. Jogo muito disputado e pouco bem jogado. Já na segunda parte, como
tem sido apanágio esta época, Raúl aproveitou muito bem um canto e fez o empate
de cabeça.
Se o Tondela podia ter marcado de penalti (falta de Alex
Soares, que teve tanto de indiscutível como de escusada), a verdade é que o
Éber poderia ter feito o mesmo de livre directo mesmo ao cair do pano. Ponto em
comum nos dois lances: O poste. Viva o poste e pá merda com o poste. Escolham o
que preferirem.
O empate acaba por se aceitar, embora o resultado não sirva a ninguém. No entanto, vimos que todos os jogadores empenharam-se, mostraram
vontade e quando assim é…
Já depois do jogo, fomos ter à porta de saída do nosso
autocarro. E aqui entra o ponto mais positivo desta deslocação: Vários foram os
jogadores que vieram ter connosco para nos cumprimentar e agradecer o apoio,
incluindo o eterno Briguel, Carlos Pereira, mas a estrela da companhia foi
indubitavelmente o nosso mister: Daniel Ramos aproximou-se de nós a roer uma
maçã e fez questão de nos cumprimentar quase individualmente e depois começou o
show de humildade e de saber estar: explicou opções tácticas, quais os seus
objectivos, a diferença de comunicação interna e para o exterior, identificou
pontos fracos, reconheceu que só depois de ter começado esta experiência
apercebeu-se da real dimensão do clube… esteve ali um bom quarto de hora como
se fosse um de nós. Simples, humilde, generoso. Não me recordo de alguma vez
ter tido algum treinador com este perfil.
Espero que continue e que tenha um plantel mais equilibrado
para poder desenvolver o seu trabalho de início e com outras armas.
Deslocação a recordar tanto pelo convívio entre nós, como
com as gentes de Tondela, mas acima de tudo pela interactividade com a equipa,
com especial destaque ao nosso timoneiro.
Imagens do jogo:
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