Mais uma deslocação pelo rectângulo, desta feita à longínqua
cidade de Arouca. Já tínhamos sido avisados que a ligação entre a A1 e Arouca é
penosa, não tanto pelo número de quilómetros (ida e volta são 600 e qualquer
coisa), mas pelo tipo de traçado, que faz lembrar a Madeira há 25 anos atrás.
Mas, como em tudo na vida, quando se quer muito… tudo se faz.
Com esta noção em mente, lá saímos de Telheiras (mais uma
vez o Kaffa serviu de ponto de encontro e local para abrir a pestana com a
cafezada da praxe) por volta das 9 da manhã. Como o café não tinha cumprido o
seu papel, decidimos parar na estação de serviço de Santarém para mais uma
injecção de cafeína (pelo menos o desgraçado do condutor, porque os demais
decidiram que o mais indicado seria carregar o carro com o cereal mais bebido
do mundo. Cevada não faltou, como habitual).
Tivemos oportunidade de nos cruzarmos com a claque do Cova
da Piedade, que estava a caminho da Covilhã (um autocarro de turismo cheio de
adeptos). Gente simpática. Fizeram questão de nos desejar boa sorte, menos para
os jogos contra o… benfica. O biclubismo mostra-se em terras escalabitanas,
vindo da margem Sul do Tejo. A noja de sempre, portanto.
Mesmo com o auxílio do GPS e do co-piloto, foi já por volta
das 12h45 que chegámos a Arouca: a viagem demorou mais um pouco, pois a cevada
em estado líquido obriga a várias visitas ao WC, nem que não seja numa berma
qualquer…
A cidade fica localizada no centro de um vale, rodeada por
montanhas. Muito bem arranjada, estava a viver-se a Festa Anual da Castanha, o
que nos proporcionou animação extra num Domingo à tarde. O almoço, no entanto,
teve de ser rápido, mas comeu-se muito bem. Infelizmente não foi possível
experimentarmos a famosa carne Arouquesa, mas a francesinha estava óptima.
A uma hora do início de jogo, não se via praticamente
ninguém nas imediações do estádio. Poucos adeptos, onde mais uma vez o
biclubismo bacoco se fez notar: um tipo que foi ver o Arouca – Marítimo,
envergando a camisola… do benfica. Mais uma vez, tudo normal, nada saloio. A
entrada em campo deu-se sem sobressaltos e os Fanatics - claque sempre presente
nas nossas deslocações – tiveram oportunidade de estrear uma faixa nova (a tal
que tinha sido impedida de entrar na Figueira da Foz, no embate a contar para a
Taça de Portugal contra a Naval 1º de Maio). Estreia pouco feliz da faixa, mas
de realçar a aplicação de uma nova técnica para que a faixa pudesse estar
presente sem grandes chatices. Querem saber como é? Pois bem, venham connosco!
Quanto ao jogo… sim, no meio de tudo isto há um jogo. Os 90
minutos mostraram muito pouco futebol, com poucas oportunidades de parte a
parte. Parecia que ninguém queria perder o jogo. A estratégia das duas equipas
foi demasiado nesse sentido: Ganhar não é importante. O melhor é mesmo não
perder. Quando assim é, o espectáculo torna-se pobre, maçador e previsível. O
que nos valeu foram dois membros da claque do Arouca, que a cerca de 5 metros
de nós (sem qualquer tipo de obstáculo físico a separar-nos) berravam A-ROU-CA
de 15 em 15 minutos. Independentemente do tipo de apoio, mostraram enorme
fair-play.
Com o jogo já a caminhar para final, Maurício (um dos nossos
melhores centrais) atrapalhou-se com a bola e entregou a bola a Mateus.
Gottardi ainda defendeu, mas Walter encostou para golo. Só com um lance deste
estilo (ou de bola parada) poderíamos ver golos num jogo tão pobre. Até final
pouco mais se viu.
A destacar a exibição (mais uma vez) de China. O madeirense
está cada vez mais a justificar a aposta e continua a evoluir e a mostrar
confiança. Subiu algumas vezes no terreno, fintou, cruzou, tentou o remate,
mostrou ter um sentido de posição dentro do terreno de jogo acima de média, o
que lhe permite antecipar vários lances de perigo. Um mimo!
Fransérgio: O capitão não sabe jogar mal. Muito embora o
meio campo não tenha estado bem, o melhor deste sector foi o brasileiro.
Recuperou várias bolas, mas a nível do passe, não estava nos seus dias.
Maurício: Que ingratidão! Esteve sempre seguro, simplificou
processos e mostrou calma quer nas marcações, quer nas dobras. O lance aos 82
min mancha a sua actuação e sinal disso foi o seu isolamento dos seus colegas
já depois do jogo. Levantar a cabeça, pois os erros acontecem a todos!
Dyego: Garra, esforço, vontade e… pouco mais. Acabou por
estar ao nível da equipa: desinspirado, mas não pode ser acusado de falta de
empenho.
Daniel Ramos: Já não rima com 3 pontos, mas não é por isso
que passou a não ter valor. No entanto, somos de opinião de que lê o jogo com
algum atraso: tal como em Setúbal, as substituições tardaram. Empatar em Arouca
não é bom (sem desprimor pelo adversário, mas a verdade é que eles ocupavam o
último lugar da tabela). Pedia-se um pouco mais de ambição. Mais uma vez alguns
jogadores deram sinais de cansaço: Bessa não aguenta os 90 min, o Edgar Costa
ainda não está ao seu nível…
Embora ninguém tivesse sido premiado com nenhuma camisola
para recordação, a nota de destaque foi o reconhecimento de todo o plantel, que
fez questão de agradecer o apoio aos cerca de 30 maritimistas que marcaram
presença.
Já após final do jogo, tivemos oportunidade de cumprimentar
a família do Xavier (sempre muito simpáticos, fazem sempre questão de nos
falar) e de saudar o avançado Brito, que ainda nos deu dois dedos de conversa.
O regresso a casa deu-se já pelas 23h00.
Imagens do jogo:
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