Domingo às quatro da tarde. Dia e hora tão simples para
agendar um jogo de futebol, mas que por vezes parece ser mais complicado do que
agendar uma audiência com o Papa. O verdadeiro adepto de futebol, essa espécie
em vias de extinção, que não troca televisor algum ou streaming à moda do
Inácio por uma ida ao estádio. E nada como o fazer num Domingo à tarde. Como
sempre foi e sempre deveria ser.
De volta a um campo onde nos últimos anos temos sido felizes
(nos cinco embates anteriores só tínhamos perdido uma vez, empatado duas e
vencido também por duas vezes, ambas por 4-2), os cerca de 50 adeptos
maritimistas deslocaram-se a Setúbal na esperança de um bom resultado, pese
embora o péssimo arranque no campeonato. Mais do que isso, era importante
aferir se a exibição (e vitória) no jogo anterior contra o Tondela tinha sido
apenas resultado da mudança de treinador ou se de facto Daniel Ramos veio com
ideias novas e mudanças efectivas no estilo de jogo.
Efectivamente o início de jogo mostrou um Marítimo extremamente
pressionante, a querer tomar conta do jogo e a mostrar sinais de uma
organização – principalmente a meio campo – que ainda não tinha sido mostrada
nas jornadas anteriores. À passagem do quarto de hora, destaque para o
excelente remate à entrada da área de Éber Bessa, ao qual Bruno Varela se opôs,
mostrando grande atenção. Em toda a primeira parte, pouco se viu do Setúbal, a
não ser num livre bem marcado por Ruca, mas que Gottardi (um dos melhores
reforços desta época) aproveitou para mostrar os seus galões.
A primeira parte chegou ao fim, com sinal mais para os
verde-rubros (principalmente pelos primeiros 20 minutos), mas com o empate a
aceitar-se. Nota ainda para o facto do guarda-redes vitoriano ter queimado
tempo à passagem dos 40 minutos (foi mesmo assobiado pelos próprios adeptos da
casa – não se percebe a atitude de Varela, jogando em casa e com mais 45
minutos por jogar).
A segunda parte começou praticamente com o nosso golo
(infelizmente no lado mais oposto do campo – fica de facto, muito longe da bancada
onde nos encontrávamos). Canto na direita e Dyego a saltar mais alto, rematando
de cabeça sem hipóteses para Varela. O jogo prosseguiu sem grandes emoções, até
que Dyego sofre uma grande penalidade. Fransérgio chamou a si mesmo a
responsabilidade de marcar e fez quase tudo bem: guarda-redes para um lado, bola para o outro… demasiado para o
outro e o esférico saiu pela linha final.
Fruto desse falhanço, o Vitória acreditou até final e tentou
o empate, mas desta vez a nossa defesa mostrou solidez.
Notas de destaque: temos de falar no Dyego: marcou um golo,
lutou que se fartou, ganhou inúmeras bolas, de costas para a baliza, em
corrida… enfim, muito esforçado. No entanto, não pode, de forma alguma fazer a
birra que fez no lance do penalti (desentendeu-se com o Fransérgio – capitão de
equipa e esbracejou em direcção do banco).
China: as suas exibições são consistentes. Não tem medo de
ir à bola, demonstra um sentido de posicionamento muito acima da média e
melhora sempre um pouco mais em relação ao seu jogo anterior. Di Maria da
Calheta.
Erdem: Parece que temos alguém a acalmar o nosso meio campo:
discreto, lutador e organizado. Parece que não faz parte do jogo, mas muita da
mudança que assistimos nestes dois jogos tem a ver com a aposta neste jogador. A
rever.
Daniel Ramos continua a rimar com 3 pontos. Mais do que
isso, as mudanças na equipa são notórias: mais e melhor organização. Porém, não
mexeu na equipa em devida altura: Éber Bessa a partir dos 75 minutos
arrastava-se em campo. Xavier, idem. O próprio Dyego mostrou sinais de cansaço.
O meio campo caiu e as substituições só aconteceram a partir dos 80 min. Correu
bem, mas deveria ter mexido mais cedo no banco.
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