Começamos este texto afirmando que não sofremos de complexo de inferioridade.
Temos perfeita noção de que
existem clubes com maior e menor historial, menos e mais sócios, capazes de
arrastar maiores ou menores multidões e têm a suportá-los maiores ou menores
orçamentos. É a beleza do futebol, os clubes são todos diferentes e dentro de
campo o resultado é sempre uma incógnita.
Sabemos igualmente que os órgãos
de comunicação social, sejam eles genéricos, desportivos, regionais, privados
ou públicos, têm de ganhar audiências e para isso têm de direcionar o seu
produto (as notícias que transmitem) da melhor forma a que suscitem interesse e
que vendam. Só assim se conseguem audiências e consequentemente a publicidade
que suporta a sua existência. É a realidade do mundo em que vivemos.
Entendível e aceitável, portanto.
Porém, e porque o jornalismo responde a um código deontológico, algumas regras
deveriam estar acima de interesses económico. Objectividade e Rigor estão
presentes nesse mesmo Código Deontológico. Pois bem, o que assistimos – há
demasiado tempo – é que o tratamento dado (e reafirmamos que entendemos que não
possa ser exactamente igual) é de tal forma díspar, que verificamos frequentemente
uma desigualdade tão grande, que é desprestigiante, roçando o ridículo.
Os grandes futurologistas,
entendidos na matéria, os enormes comentadores que sabem as estatísticas dos
jogadores e equipas de toda a Europa, mas que não sabem que as equipas de
futebol devem ser alvo dos mesmos níveis de Rigor jornalístico ainda não
aprenderam que quando se menospreza as equipas menos cotadas (por eles), correm
o sério risco de caírem no ridículo e no escárnio público?
Afinal, é precisamente o que
criticam quando a equipa de maior orçamento perde um jogo com uma equipa com menores
posses financeiras: “Os azuis não respeitaram o adversário, os vermelhos
menosprezaram o factor casa da equipa do interior do país, os verdes
facilitaram ao rodar a equipa”. Enfim, uma quantidade de frases feitas que são
batidas em teclados sem sequer mencionar que havia duas equipas em campo e o
mérito do adversário raramente é enaltecido.
Decidimos recordar um pequeno
exemplo do que falamos. Em 28/10/2015 decorreu o sorteio da fase de grupos Taça
da Liga. Pela própria condicionante do regulamento da prova, já se sabia de
antemão que os três do costume ficariam em grupos separados. Desequilibrado q.b.? Tudo indica que
sim, mas pasme-se, falamos de futebol, o tal desporto fértil em surpresas e de
resultados incertos.
Os pasquins, suportados num
“talvez”, “prevê-se”, “perspetiva-se” (expressões habilmente utilizadas para se
protegerem de críticas e para se salvaguardarem de noticiarem mentiras)
apressaram-se a antever resultados e respectivas passagens à fase seguinte.
Pois bem, aprendam com as vossas
frases de algibeira e engulam os títulos antes do jogo jogado. Como é que é
possível que quando um sorteio acabe de sair se menospreze as equipas em prova?
São tudo favas contadas? Só há interesse quando há jogos entre os suspeitos do
costume?
Pois é, ganhe quem ganhar,
aconteça o que acontecer, estes títulos vão ter de os engolir.
Não sofremos de complexo de
inferioridade. Mas queremos RESPEITO. Chupem a vossa asneira.
Qual é o problema mesmo? Deixem de chorar caceteiros
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarPedro Camacho disse...
EliminarO problema, caro anónimo, é haver demasiada carneirada a perguntar qual é o problema.