8 da manhã. Bora levantar que hoje há Taça e há uma
deslocação para fazer. Camisola a preceito, cachecol ao pescoço e siga.
Confirma-se com os restantes companheiros de “batalha” e ninguém vai chegar
atrasado. Sítio do costume, níveis de cafeína repostos e vamos embora. À saída,
alguém perguntou: “Vão a Lourosa para ver um jogo da Taça e com um tempo
destes? Gandas malucos…”
Se o futebol não fosse emoção e o amor a este clube não
fosse real, talvez a pergunta fizesse sentido. Assim, quase que chega a ser
ofensiva. Sim, claro que vamos. Afinal, o Jamor pode começar em Lourosa. E
vamos poder dizer que estivemos lá. Onde tudo começou. Ninguém o diz por
enquanto, mas cá no fundo, é o que queremos e imaginamos.
As previsões meteorológicas não estavam famosas, mas quem já
enfrentou alertas amarelos, laranjas e vermelhos para ver o Marítimo, não era
nada que assustasse. De Lisboa a Lourosa são 300 kms de distância e não foi a
chuva que enfrentámos à passagem por Coimbra que nos fez dar meia volta.
Saída na saída 19 da A1, acerto no GPS e Lourosa era já ali.
Cidade pequenina no interior nortenho, a quase 30 kms do Porto.
Chegámos por volta das 13h00 e a hora pedia almoço. Nada
melhor do que aproveitar para conhecermos a sede do adversário. Local simples e
como chegámos sem avisar, “a diária” já não estava disponível (expressão para
prato do dia). Aqui entra a simplicidade, boa vontade e bom receber das gentes
de Lourosa. “Não há diária, mas fazemos umas bifanas e a sopa é muito boa”. Não
foi o melhor repasto do mundo, mas o convívio e o bem receber superaram
qualquer falha. Todos queriam conversar e dar-nos as boas vindas. À saída, a
cozinheira de serviço, despede-se de nós deixando-nos com um aviso: ”Não chamem
nomes ao 19, porque é o meu filho!” É também por isto que fazemos 600 kms num
dia. Pelo convívio e pela boa disposição. Juntámo-nos ao resto do grupo (mais
uns quantos que apareceram, com saída do Porto e que, embora a escassez de
transportes, lá conseguiram aparecer a horas).
Quanto ao jogo, já por certo leram as várias crónicas:
Marítimo com um início em que parecia querer resolver as coisas cedo, mas a
verdade é que o Lourosa mostrou sempre muito querer e boa organização,
assustando o nosso Sá por duas vezes, que mostrou sempre muita segurança e bons
reflexos. À medida que o jogo foi avançando, foi-se percebendo que teríamos de
fazer mais do que estávamos a mostrar, até porque o rumo do jogo mostrava…
equilíbrio!!
Após o intervalo, mais do mesmo: um Marítimo pouco incisivo
e o Lusitânia de Lourosa a não perder as suas forças e a manter o equilíbrio. À
medida que o jogo ia avançando, as diferenças entre o poder físico das duas
equipas começaram a fazer-se notar, mas a expulsão de Diney (que estava a fazer
um jogo muito certinho, mas que viu dois amarelos em dez minutos, o primeiro
dos quais de forma ingénua por pontapear uma bola com o jogo parado), fez com que as gentes do Norte começassem a
acreditar que a Taça pudesse acontecer, mas a verdade é que as oportunidades
escasseavam para os dois lados. E assim chegámos ao final dos 90 minutos e por
muito importante que seja o convívio, a verdade é que nenhum de nós foi a
Lourosa para ver um tomba-gigantes. Gostamos muito quando acontece Taça, mas
com outros personagens.
Finalmente apareceu o golo. Rúben Ferreira num remate cruzado fez o golo e veio
festejar perto de nós. A verdade é que teve o sabor a alívio e o segundo golo,
da autoria de Marega, confirmou que não havia penaltis para ninguém.
Final de jogo com os jogadores a agradecerem o apoio e dois
sortudos que tiveram direito a camisola. Já à saída para o autocarro, os nossos
atletas mostraram-se muito disponíveis para fotografias e dois dedos de
conversa. Notória a popularidade do Sá, que à saída do balneário foi cercado
pelos miúdos das camadas jovens do Lourosa.
Missão cumprida, bom ambiente, boa gente e o Jamor… pode ter
começado aqui.
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Adeptos maritimistas sempre presentes |
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Bancada central do estádio |
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