Alvorada: É dia de jogo! Há já algum tempo que não dizíamos
isto, pelo menos no que concerne a deslocações que exijam sair da capital.
Sabendo que os mais de 250 km que distam até à simpática cidade do distrito de
Viseu, nada como levantar cedo, de forma a chegar atempadamente e poder
desfrutar de um bom almoço-convívio antes do jogo.
Desta feita, e ao contrário do habitual, existiram dois
momentos de concentração: `pelas 9h em Odivelas e às 9h30 na Póvoa de Santa
Iria. Cumprido as exigências de um bom café para despertar, rumamos à A1, com
breve vénia aquando da passagem à porta catedral da cerveja, a fábrica de
cerveja Sagres em Vialonga. Seguiu-se uma viagem tranquila, apenas com uma
breve paragem já depois de Coimbra, logo ao início do IP3. Chegados a Tondela, onde
o movimento era reduzido - típico de uma cidade do interior do país num domingo
à hora de almoço - toca a escolher o local do repasto, recaindo a escolha pelo
único restaurante aberto nas proximidades do estádio. O menu foi idêntico para
os três aventureiros: costeleta de vitela servida por uma simpatia fria. Não
que fôssemos mal atendidos, mas não foi o ambiente acolhedor de outras paragens.
O tema à mesa, como não podia deixa de ser, foi a actualidade do nosso clube:
exibições pouco convincentes, posição na tabela nada simpática e o constatar de
uma dura realidade: não há caras novas nestas deslocações. Falta juventude, o
passar de testemunho não acontece e todas as desculpas são boas para o pessoal
não aparecer: é longe, não há dinheiro, era melhor de autocarro, o clube não
ajuda, está calor, está a chover, deitei-me tarde...
Alguma coisa tem de ser feita e cabe a todos nós mudar o
rumo das coisas. O apoio fora de portas tem de acontecer com mais frequênia e
com mais vigor. O clube merece e temos massa adepta mais do que suficiente para
que isso seja uma realidade.
Terminado o almoço, fomos para as imediações do estádio,
onde confraternizámos com alguns adeptos maritimistas, maioritariamente vindos
da cidade do Porto, assim como algumas caras conhecidas da Madeira. Em número
reduzido, é certo, mas a verdade é que as claques não reconhecidas do Esquadrão
e dos Fanatics marcaram presença.
Quanto ao jogo, foi o que vimos: equipa sem alegria, a
mostrar um futebol pouco criativo e a demonstrar claras dificuldades em
construir jogo ofensivo com agressividade e rapidez. Nota para a estreia de
Xadas. Não cobramos os 500 km que fizemos, mas registamos a atitude dos jogadores no final do jogo: um
breve acenar desde meio campo - que afastamento, que frieza, que
desconsideração...!
Não podemos deixar de assinalar a fraca ambição de alguns
dos nosso adeptos: “o empate foi um bom resultado e quanto à exibição, nada a
dizer, afinal um tal clube que equipa de vermelho também sentiu dificuldades no
estádio João Cardoso”. Ao tentarmos
debater esta ideia, logo surge o argumento “se fazes melhor, vai para a
presidência”. A verdade é que temos pouca massa crítica, exigimos pouco,
argumentamos mal, enervamo-nos facilmente (mea culpa nesta parte). Encaramos
com normalidade a falta de comunicação. As redes sociais só comunicam metade da
informação e é admitido que os golos do adversário não são assinalados
porque... não merecem. Ora bolas, quem está do outro lado do mundo sabe que
marcámos um golo, mas desconhece quantos sofremos...não sabemos como está o
decorrer de um jogo pelo nosso clube. As assembleias são marcadas para as 18h
de um dia de semana e achamos isso normal.
O estádio está cada vez mais vazio e já nem as ofertas de
bilhetes conseguem disfarçar o crescente afastamento entre adeptos e equipa.
Somos regionalistas, gostamos de futebol, andamos tristes
com a equipa, elogiamos os adeptos de equipas contrárias que quando nos visitam
apoiam as suas equipa e nós assistimos em silêncio, como que numa cerimónia de
corpo presente.
Factualmente falando, o ambiente dos anos 80 e 90 é apenas
uma memória, algo que é cada vez mais difícil repetir: alguma coisa tem de ser
feita, alguma coisa tem de mudar. Todos queremos o melhor para este clube, mas
todos temos de fazer a nossa parte. Nada como começar a reflectir e... agir!
Imagens do jogo:
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