Às 09h30 da manhã, com um rigor britânico, estávamos como
combinado no ponto de encontro. Desta vez o ponto de partida foi a Gare do
Oriente. Rapidamente pusemo-nos à estrada, pois o objectivo é também passear um
pouco e ficar a conhecer um pouco da Figueira da Foz. O futebol leva-nos a
descobrir novos sítios e nada como um jogo da Taça de Portugal para aproveitar
a deslocação e fazer turismo.
Com apenas uma paragem na A1 para o café, chegámos
rapidamente e sem sobressaltos. A cidade é de facto muito aprazível,
desenvolvida sobretudo ao longo do enorme e famoso areal e a vista do Cabo
Mondego vale a pena, embora o tempo nublado lhe tivesse retirado algum impacto.
Depois de uma volta de reconhecimento pelo centro , o facto é que o movimento é
quase nulo (à excepção dos saudáveis “runners” de fim de semana, mal vimos
pessoas ou sequer automóveis).
Com o estômago reconfortado, lá fomos para as imediações do
Estádio José Bento Pessoa. Sim, imediações, porque o jogo decorreu no Campo de
treinos!! (o estádio está ao abandono e naturalmente não podia receber esta
eliminatória).
Relativamente a esse facto, as condições eram de facto as
mínimas das mínimas. Uma casa de banho disponível para o público, ausência de
bar de apoio, um bancada com capacidade para 100 pessoas sem qualquer
cobertura, campo separado por uma fraca vedação… O relvado sintético (deve ter
as dimensões mínimas) era o melhor deste campo.
Chegados ao campo, a recepção foi bastante aprazível à
excepção dos senhores agentes da autoridade que deverão ter tido o seu momento
alto dos últimos tempos e decidiram ter uma atitude altamente exigente para
connosco (faixas não entraram, outra foi parcialmente tapada, a bandeira da
Madeira quase que foi a votos para poder entrar…). Note-se que até
chapéus-de-chuva pontiagudos entraram, pois segundo os senhores de azul “não
queremos complicar”… Enfim, o público (retirando um ou outro artista) deu uma
lição de bem receber e acabámos o jogo em amena cavaqueira com a claque da
Naval, a Squadra Verdi.
Quanto a jogo jogado… típico encontro de Taça. Jogámos com
menos 7 titulares e a primeira parte foi de bradar aos céus: pouco futebol,
pouca luta, pouca entrega. Por entre vários ensaios típicos de um jogo de
rugby, conseguimos rematar por duas vezes à baliza da Naval, sem muito mais a
acrescentar.
Na segunda parte, um minuto depois de Baba ter saído, lá
apareceu o primeiro golo: Dyego Sousa (que substituiu o senegalês) ganhou uma
bola e deu para Brito que fuzilou o jovem guarda-redes Igor. Cerca de 10
minutos depois, Dyego voltou a assistir, desta vez para Ghazaryan marcar. Três
minutos depois o arménio bisou, acabando com qualquer possível reacção da turma
da Figueira. A acabar, Dyego Sousa rematou na passada e fez o 4-0. Após o apito
final ofereceu as botas a um adepto verde-rubro.
Estes jogos são sempre fáceis, especialmente quando os jogos
acabam e os ganhamos. A Naval conseguiu aguentar bem o resultado na 1ª parte e
na verdade parecemos sempre pouco interessados em pegar no jogo. Temos de nos
entregar mais e logo de início. Poderia ter sido mais complicado, mas
conseguimos pegar no jogo e fazer o que nos competia. Muito dificilmente
poderemos voltar a rodar tantos jogadores, pois na verdade não temos plantel
para isso e os adversários serão certamente mais complicados.
A destacar, sem sombras de dúvidas, Dyego Sousa: entrou e
confundiu por completo a defesa da Figueira. Assistiu, marcou e desbloqueou um
jogo que estava empenado. Fez a diferença.
Ghazaryan: o arménio tentou sempre jogar simples, mas foi a
combinar com o Dyego que conseguiu
marcar e dar mais fluidez ao seu futebol. Quando as coisas lhe saem bem, é um
prazer ver este jogador em campo.
Baba: O cartoon dizia “Babalu, para pensar estou cá eu”.
Dyego deve agora dizer: “Baba, para jogar, estou cá eu”. Não é nosso apanágio
falar mal dos nossos jogadores, mas o jogo do senegalês foi mau
demais.
Entrámos com menos um. Nada lhe corre bem deste que voltou ao Marítimo, e tem
tido oportunidades que outros não têm tido…
Vitória justa e aguardemos pelo sorteio relativo à 4ª
eliminatória.
Nota final para a chegada do nosso autocarro: na altura
éramos muito poucos adeptos presentes nas imediações do estádio, mas os
jogadores mostraram-se bem dispostos e retribuíram os nossos incentivos. Aqui,
o destaque vai por inteiro a Briguel, que fez questão de nos cumprimentar
individualmente. “Pormaiores” que fazem (toda) a diferença.
Imagens do jogo: