A época 2013/2014 caraterizou-se pelo não
cumprimento dos objectivos delineados antes do início da época. Se é verdade
que perdemos muitos pontos nos últimos minutos, é também verdade que esses erros
se deveram a alguma inexperiência de grande parte do plantel e de erros crassos
de alguns elementos que deveriam ser o exemplo em termos de experiência, como é
o caso do Márcio Rozário, que abandonou o clube antes de terminar a época.
Figura 1. Festejos da equipa com os adeptos, em Setúbal. Foto do site zerozero.
Figura 2. Festejos do golo da vitória em Arouca.
Começando a análise pela baliza, foram utilizados
quatro guarda-redes na equipa principal, o que mostra que não havia uma aposta
totalmente segura num único guarda-redes, sobretudo na 1ª volta do campeonato.
A época iniciou-se com a aposta num guarda-redes promissor (titular da Seleção
Nacional Sub 21), mas sem experiência ao mais alto nível, pois transitou
diretamente da equipa B e notava-se uma certa insegurança nalgumas decisões e
sobretudo no jogo de pés, que é o seu ponto fraco. Os dois outros guarda-redes
utilizados foram Wellington e Johnny Leonni, este último com alguma
experiência de Liga dos Campeões,
competição onde defendeu as cores do FC Zurich. Ambos revelaram uma certa
insegurança na defesa da baliza verde-rubra, com os erros a se sucederem. A
baliza só se tornou porto (mais) seguro com o regresso de Salin, após a novela
da pré-época (com promessas do SC Braga à mistura), em que acabou no Rio Ave. Apenas
ao segundo jogo (vitória sobre o FC Porto, pela margem mínima) da segunda
volta, já com Salin na baliza, é que a equipa conseguiu manter as redes
invioladas.
O que também é verdade é que o problema dos golos
sofridos não se resume apenas ao trabalho dos guarda-redes, mas de toda a
equipa. O sector defensivo (composto no 1º jogo da época por Briguel, Márcio Rozário, Igor Rossi e Rúben Ferreira) revelou
igualmente grandes debilidades, denotadas logo na vitória sobre o Benfica (golo
do empate resultou de falha defensiva) e arrastadas ao longo da primeira volta.
O sector defensivo acabou por ser praticamente todo alterado (entradas de João
Diogo, Patrick Bauer e Gegé), com algumas melhorias, sobretudo devido à entrada
do alemão, que já era um esteio na equipa B e conseguiu tornar-se o patrão da
defesa na equipa principal. Fábio Santos foi utilizado na parte final da época.
Relativamente ao meio campo, surgiram também algumas
alterações ao longo da época. O único que se conseguiu manter a um nível mais
elevado foi mesmo Danilo Pereira, que segurou o meio campo em muitos jogos,
revelou grande propensão para bolas paradas e uma maturidade já muito
assinalável para um jogador tão jovem. Esperemos que continue a evoluir no
nosso meio campo pelo menos mais uma época. Em relação aos restantes elementos,
houve alguma variação, com apostas em João Luíz, Marakis, Rodrigo Lindoso
(apenas na 1ª volta e com utilização irregular), Alex Soares, Artur (fez alguns
jogos a médio ofensivo), Nuno Rocha (boa segunda volta, que valeu uma
transferência para a Roménia, com o Marítimo a garantir, supostamente, 400 mil
euros), Fransérgio (a partir do mercado de Inverno) e Theo Weeks (que assinou a
custo zero, já depois do fecho do mercado). O liberiano revelou-se uma boa
surpresa e marcou alguns golos importantes.
O melhor sector da equipa foi o ataque, pois contou
com a presença de um predestinado. Directamente do Madureira, Derley chegou,
viu e venceu, como se costuma dizer. Foi o segundo melhor artilheiro do
campeonato, com 16 golos, apenas atrás de Jackson Martinez. Destaque ainda para
a brilhante primeira volta de Héldon, em que marcou 9 golos, tendo sido transferido para Alvalade no mercado de
Inverno, por uma verba que tinha sido considerada “ridícula” poucos dias antes.
Os restantes elementos mais utilizados do ataque revelaram-se uma desilusão.
Danilo Dias, que vai jogar no Azerbaijão na próxima época, e Sami, que vai a
custo zero para o FC Porto, estiveram muitos furos abaixo do que podiam e
deveriam ter feito, pelo que não deixarão saudades. Destaque ainda para as
apostas em Rúben Brígido, Jorge Chula e André Ferreira (grande golo em Braga,
que segurou o nosso 6º lugar). Relativamente ao suplente de Derley, Fidélis,
viveu quase sempre à sombra do goleador e nunca se revelou uma alternativa
credível.
Figura 3. Derley a festejar no Estádio do Marítimo. Foto do DN Madeira.
Figura 4, Primeiro golo oficial de Derley pelo Marítimo.
Relativamente à participação nas taças, houve algum
azar na Taça da Liga, pois fomos bater ao grupo da morte, com jogos fora contra
FC Porto e Sporting CP e um jogo em casa contra o Penafiel (nem este
conseguimos ganhar, 0-0). Na Taça de Portugal, fomos afastados nos Oitavos de
Final, curiosamente também pelo Penafiel, numa eliminação com poucas
explicações, pois jogávamos em casa e éramos claros favoritos.
No que respeita à equipa técnica, Pedro Martins e
seus pares vão representar o Rio Ave na próxima época. Desejamos a maior sorte
ao nosso antigo timoneiro, excepto nos jogos contra o Marítimo, naturalmente.
Foi um prazer contar com a sua presença no banco verde-rubro. Revelou sempre
grande respeito e simpatia para com os adeptos que seguem a equipa nos jogos
fora de casa, como fez questão de ressalvar em conferência de imprensa. Resta-nos
agradecer por tudo e desejar que seja um “até já”.
A época da equipa B foi algo atribulada, com o
fantasma da despromoção a perdurar até à penúltima jornada. Felizmente, o
objectivo da manutenção foi conseguido e a equipa vai poder continuar a
competir num campeonato profissional.
A próxima época já começou a ser definida, pelo que
Leonel Pontes (madeirense natural do Porto da Cruz e actualmente adjunto de
Paulo Bento na Seleção Nacional) será o sucessor de Pedro Martins. O técnico
encontra-se ainda a servir a Seleção Nacional, pelo que só virá depois de
finalizado o Mundial 2014. Esperemos que a próxima época esteja já a ser
trabalhada e que os reforços que surjam sejam realmente mais-valias para o
ataque à próxima época.
O 6º lugar final acabou por ser um “mal menor”, mas
esperemos que seja melhorado já na próxima época. Outra das desilusões da época
foi não termos conseguido fazer o pleno de vitórias contra os chamados
“grandes”. Fica para a próxima época, com Leonel Pontes ao leme!
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