segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Liga Portugal Bwin 2021/2022: Estoril- 2 / Marítimo- 1

Não valemos nada

 

As nossas crónicas têm pautado pela partilha do que são as nossas deslocações pelo rectângulo continental. Não vamos falar do jogo, mas sim do que correu mal ontem. Para isso, temos de recuar uns dias antes, aquando do nosso habitual pedido de bilhetes para  o jogo, onde mencionamos os nomes, datas de filiação e o facto dos sócios em causa terem as suas quotas regularizadas. Ao longo dos anos contámos com a ajuda do clube nesse sentido, mas nesta época isso já não acontece (em Leiria, embora o B-SAD tivesse dado 17 convites ao Marítimo, nenhum foi para os adeptos).

Pelos vistos, o culpado é o COVID e o cartão de Adepto (são os argumentos dados pela instituição). Aceitamos que não possa ser disponibilizado o número habitual de bilhetes, mas ZERO é um corte sem qualquer explicação. Todos nós queremos apenas apoiar, dentro das regras e com o civismo de sempre. O nosso grupo é o que tenta estar no maior número de jogos de norte a sul, onde fazemos 500/600 km por jogo, com portagens, combustíveis e refeições pelo meio. Evidentemente que o fazemos dentro das nossas possibilidades e acima de tudo, fazemos por Amor). Muitas vezes o único apoio é o nosso, somos os únicos a estar presentes.

Mais do que a recusa (voltamos a referir que não existe obrigatoriedade da parte do clube) é a desconsideração. Sabemos que o clube continua a receber bilhetes, mas NEM UM  é disponibilizado aos adeptos. É esta falta de respeito que entristece.  De facto, a sensação é de que não valemos nada.

Da nossa parte, vamos continuar a fazer o que gostamos, que é tentar apoiar o Marítimo seja onde for.

Em relação a ontem, fica ainda na retina o comportamento dos jogadores: no final do jogo, ficaram juntos sem sequer se dirigirem a quem lhes estava aplaudir. Exceção ao Zainadine e ao Macedo que chegaram perto da linha e ofereceram as suas camisolas. No entanto, este afastamento e pouco reconhecimento dos jogadores fica na retina. O que mudou nos últimos anos, parece estar a andar para trás. Talvez o exemplo venha de cima, mas o facto é que Velásquez… nem vê-lo.

O principal ativo de um clube é a sua massa adepta. Podem ter o melhor estádio do mundo, um ótimo centro de treinos, mas sem os adeptos… são apenas cimento.

Temos eleições em Outubro. Esperamos ansiosamente que alguma alternativa surja. Mudança de mentalidades é Obrigatória.

Fotografias do jogo:






quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Liga Portugal Bwin 2021/2022: B-SAD- 1 / Marítimo- 2

 

E o regresso foi em Leiria

 

Depois de muito penar, a verdade é que estávamos ansiosos por este este dia: Finalmente pudemos regressar a um estádio!  Ironia do destino, o último jogo a que assistimos foi no Jamor, contra este mesmo B SAD. Desta feita, tivemos de fazer mais de 100 km para cada lado, uma vez que o jogo foi em Leiria, a uma segunda feira às 21h15.

Não haveria teste PCR ou distância que nos fosse demover do que já tínhamos interiorizado: Na primeira oportunidade possível, é para ir, custe o que custar. E assim foi, bem ao final da tarde, lá fomos nós pela A8 rumo a Leiria. Infelizmente não foi possível irmos mais cedo, pois há quem trabalhe… foi mesmo o tempo da viagem e siga para o estádio. Com muita pena nossa, nem uma roulotte para comer uma bifana à pressa, mas pior ainda foi constatar que um estádio do Euro não abriu o bar para a zona dos visitantes. Sem nada no estômago, mas que se lixe. Não viemos aqui para comer.

Novas normas obrigam a que além da habitual revista, agora seja necessária a verificação de teste, certificado, cartão de cidadão… mais parece a matrícula da escola do que um espetáculo desportivo. Chegados finalmente às bancadas, verificámos com alegria que não estávamos sozinhos: éramos cerca de 30 maritimistas naquela bancada. Embora contentes, estranhamos – em muito – a recusa do clube em ajudar com os já habituais ingressos. Certo que receberam menos, em virtude da contingência actual, mas a verdade é que existiram. Embora o clube não tenha obrigação, a verdade é que somos nós a fazer milhares de km todas as épocas para apoiar o clube (quem terão sido os sortudos a ter direito a convite??). Enfim, não é pela ausência de bilhete, mas fica o registo.

Quanto ao jogo, não podíamos ter pedido melhor: primeiro quarto de hora e já ganhávamos por dois zero. Há muitos anos que isto não acontecia – de facto, foi muito bom gritar golo com tão pouco tempo de jogo.

A nossa bancada, embora com pouca gente, já começava a fazer-se notar e temos a certeza que terá sido audível pela televisão.

A equipa esteve na generalidade em plano muito positivo, com exceção ao novo guarda-redes: com poucas oportunidades de se mostrar, a verdade é que esteve muito mal no golo sofrido e o jogo de pés não foi, de todo, o mais seguro. Veremos se foram apenas os nervos da estreia…

Dos reforços, destaque natural para o Vidigal – joga e faz jogar, marcou um golo daqueles que é só para quem sabe. No entanto, o ex-estorilista ainda tem margem para melhorar - em alguns lances a bola poderia ter sido passada a um colega. Mas que tem futebol nos pés, isso tem.

Rossi a meio campo é uma clara mais valia. Muito seguro, voluntarioso e não tem receio em pôr o pé.

Não é reforço, mas temos de destacar o jogo do Alipour: além do golo digno de oportunidade – recepção muito boa e tiro para o fundo da baliza – foi sempre muito presente e não desistiu de nenhum lance.

A nossa vitória nunca esteve em causa, mas confessamos que o último lance – canto a favor da B SAD com o guarda redes a subir até à nossa área – fez-nos sentir uma adrenalina desnecessária, pois jogámos mais do que o suficiente para não sofrer.

Terminado o jogo e ainda sem nada no estômago, só encontrámos uma solução – McDonald’s (que belo restaurante típico local…) com uma agravante que em muito nos envergonha: devido ao adiantar da hora, não podiam servir cerveja.

Em muitos anos de deslocações, foi a primeira vez que tal aconteceu: meus amigos, nem uma mini!!!

A vingança será no Estoril!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Liga NOS 2019/2020: Tondela- 0 / Marítimo- 0



Alvorada: É dia de jogo! Há já algum tempo que não dizíamos isto, pelo menos no que concerne a deslocações que exijam sair da capital. Sabendo que os mais de 250 km que distam até à simpática cidade do distrito de Viseu, nada como levantar cedo, de forma a chegar atempadamente e poder desfrutar de um bom almoço-convívio antes do jogo.

Desta feita, e ao contrário do habitual, existiram dois momentos de concentração: `pelas 9h em Odivelas e às 9h30 na Póvoa de Santa Iria. Cumprido as exigências de um bom café para despertar, rumamos à A1, com breve vénia aquando da passagem à porta catedral da cerveja, a fábrica de cerveja Sagres em Vialonga. Seguiu-se uma viagem tranquila, apenas com uma breve paragem já depois de Coimbra, logo ao início do IP3. Chegados a Tondela, onde o movimento era reduzido - típico de uma cidade do interior do país num domingo à hora de almoço - toca a escolher o local do repasto, recaindo a escolha pelo único restaurante aberto nas proximidades do estádio. O menu foi idêntico para os três aventureiros: costeleta de vitela servida por uma simpatia fria. Não que fôssemos mal atendidos, mas não foi o ambiente acolhedor de outras paragens. O tema à mesa, como não podia deixa de ser, foi a actualidade do nosso clube: exibições pouco convincentes, posição na tabela nada simpática e o constatar de uma dura realidade: não há caras novas nestas deslocações. Falta juventude, o passar de testemunho não acontece e todas as desculpas são boas para o pessoal não aparecer: é longe, não há dinheiro, era melhor de autocarro, o clube não ajuda, está calor, está a chover, deitei-me tarde...

Alguma coisa tem de ser feita e cabe a todos nós mudar o rumo das coisas. O apoio fora de portas tem de acontecer com mais frequênia e com mais vigor. O clube merece e temos massa adepta mais do que suficiente para que isso seja uma realidade.

Terminado o almoço, fomos para as imediações do estádio, onde confraternizámos com alguns adeptos maritimistas, maioritariamente vindos da cidade do Porto, assim como algumas caras conhecidas da Madeira. Em número reduzido, é certo, mas a verdade é que as claques não reconhecidas do Esquadrão e dos Fanatics marcaram presença.

Quanto ao jogo, foi o que vimos: equipa sem alegria, a mostrar um futebol pouco criativo e a demonstrar claras dificuldades em construir jogo ofensivo com agressividade e rapidez. Nota para a estreia de Xadas. Não cobramos os 500 km que fizemos, mas registamos  a atitude dos jogadores no final do jogo: um breve acenar desde meio campo - que afastamento, que frieza, que desconsideração...!

Não podemos deixar de assinalar a fraca ambição de alguns dos nosso adeptos: “o empate foi um bom resultado e quanto à exibição, nada a dizer, afinal um tal clube que equipa de vermelho também sentiu dificuldades no estádio João Cardoso”.   Ao tentarmos debater esta ideia, logo surge o argumento “se fazes melhor, vai para a presidência”. A verdade é que temos pouca massa crítica, exigimos pouco, argumentamos mal, enervamo-nos facilmente (mea culpa nesta parte). Encaramos com normalidade a falta de comunicação. As redes sociais só comunicam metade da informação e é admitido que os golos do adversário não são assinalados porque... não merecem. Ora bolas, quem está do outro lado do mundo sabe que marcámos um golo, mas desconhece quantos sofremos...não sabemos como está o decorrer de um jogo pelo nosso clube. As assembleias são marcadas para as 18h de um dia de semana e achamos isso normal.
O estádio está cada vez mais vazio e já nem as ofertas de bilhetes conseguem disfarçar o crescente afastamento entre adeptos e equipa.
Somos regionalistas, gostamos de futebol, andamos tristes com a equipa, elogiamos os adeptos de equipas contrárias que quando nos visitam apoiam as suas equipa e nós assistimos em silêncio, como que numa cerimónia de corpo presente.
Factualmente falando, o ambiente dos anos 80 e 90 é apenas uma memória, algo que é cada vez mais difícil repetir: alguma coisa tem de ser feita, alguma coisa tem de mudar. Todos queremos o melhor para este clube, mas todos temos de fazer a nossa parte. Nada como começar a reflectir e... agir!

Imagens do jogo:









quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Liga NOS 2018/2019: Belenenses- 0 / Marítimo- 1

Já há algum tempo que ansiávamos por um jogo deste lado.
Esta época tem sido demasiado ruim para que não fizéssemos a nossa parte, que é simplesmente estar presente e apoiar.
Em dia de jogo, as críticas não são importantes. Não interessa a "gestão" Carlos Pereira, não interessa a ausência de reforços em Janeiro, não existe crítica ao futebol pobre que tem sido nosso apanágio desde início do campeonato, nem nos lembramos do último jogo contra o Aves. As canetas, essas, ficam em casa...
Ao contrário do esperado, o jogo não foi no Jamor, para onde já estava a ser combinada uma valente patuscada, mas sim no Bonfim. Seja onde fosse, lá estaríamos.
Porque a vida não é só futebol, a manhã foi de afazeres mas sempre com os olhos postos no relógio. A viagem é curta, mas como nestas coisas não se facilita, pelas 13h00 pomo-nos a andar e siga: A1, ponte 25 de Abril e siga para Setúbal. Sensação boa estar a chegar ao destino e vermos uma pequena mancha verde-rubra à porta do já mítico tasco "Becas" - recordamos como não há muitos anos atrás éramos meia dúzia de adeptos envergonhados. As coisas mudaram e ainda bem que assim é!
Carro estacionado, vamos lá refrescar a garganta até porque o dia estava solarengo.
Entramos no estádio sem complicações e são orgulhosamente colocadas as nossas bandeiras. Sim, orgulhosamente, porque queremos que todos saibam que estamos cá. E que os nossos jogadores sintam isso mesmo: que estamos cá!
Olhamos para o lado e vemos a sombra do que já foi um grande clube: O Belenenses (SAD) não tinha mais de 300 adeptos na central. Sinais dos tempos, mas que não enobrecem ninguém.
Ao vermos o 11 inicial, ficamos um pouco na dúvida: Será mesmo uma aposta em alguns jovens ou um amarelo a alguns que não têm rendido o suficiente?
O jogo foi renhido, mas algo mal jogado: as ausências do lado do Belenenses fizeram-se notar e do nosso o nervosismo de quem não quer perder mais pontos e que às 15h00 de Domingo estava abaixo da linha de água. Palavra de destaque para Nanu: Onde tem andado este jogador? No nosso entender, merece mais oportunidades, por tudo aquilo que fez em campo, revelando bons dotes técnicos e irreverência criativa.
Os cerca de 70 adeptos maritimistas, entre os quais alguns elementos dos Fanatics, que marcaram presença em Setúbal começavam a fazer-se notar e os nossos cânticos a fazerem-se ouvir. Chegámos ao intervalo com um empate que não sendo mau, na verdade não satisfazia. Até que chegámos ao minuto 71: Zainadine fez um passe longo, isolando Barrera, que com sangue-frio rematou cruzado e fez o golo. Festejos à medida nas bancadas, pois todos tínhamos noção da importância de sair da terra de Bocage com estes três pontos na algibeira.
Jogo até final dividido, com a turma do Restelo (?) a tentar ir atrás do prejuízo, mas sem grandes oportunidades. O Marítimo ainda tentou o contra-ataque por algumas vezes, mas igualmente sem sucesso.
Após o final do jogo, seguiram-se mais uns momentos de convívio entre os adeptos verde-rubros.
Importa dar seguimento a esta vitória já no próximo jogo. Sabemos que jogamos com uma equipa forte, mas que nesta fase está intermitente - teremos de saber aproveitar. Apelo também aos nossos adeptos, para que nesta fase ainda complicada compareçam em massa e façam o nosso Caldeirão voltar em força. Precisamos disso, a equipa precisa disso.


Resumo do jogo

Vídeo do ambiente nas bancadas no final do jogo:


Imagens do jogo:









quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Liga NOS 2017/2018: Vitória SC- 2 / Marítimo- 1



O Marítimo deslocou-se à cidade de Guimarães para defrontar o Vitória SC, na sequência de quatro vitórias consecutivas e de um arranque de campeonato sensacional, com cinco vitórias em seis jogos. Esta deslocação não se afigurava nada fácil, já que a equipa da casa estava necessitada de pontos, dado ter iniciado o jogo com 7 pontos em 6 jogos, longe da prestação da época transata.

O jogo iniciou-se praticamente com o golo do Vitória, logo aos 5 minutos de jogo, com o ex-maritimista Heldon a cruzar da direita para o cabeceamento de Raphinha, ao segundo poste, sem dar grandes hipóteses de defesa a Charles. Mau começo para uma equipa do Marítimo que se sente bem a controlar o jogo do ponto de vista defensivo e a explorar o contra-ataque.

A resposta do Marítimo não se fez esperar e, aos 15 minutos, Ricardo Valente fez o Vitória provar do seu próprio veneno, ao cruzar da esquerda para o cabeceamento vitorioso do capitão Edgar Costa, também ao segundo poste. Explosão de alegria para os 10 adeptos que tiveram a honra de acompanhar o Maior das Ilhas nesta deslocação ao Minho. Até ao intervalo, o Vitória criou os lances mais perigosos, mas Charles opôs-se com defesas de grande nível, nomeadamente uma bola que ressaltou em Bebeto e quase traiu o jovem guardião brasileiro.

A segunda parte iniciou-se com o Marítimo a ceder a iniciativa de jogo ao Vitória, para tentar chegar à vantagem com o cinismo que é caraterístico da equipa. Porém Fábio Veríssimo decidiu assumir as rédeas do jogo e expulsar um jogador de cada equipa, por uma discussão entre os dois, aos 64 minutos. Se não é caso único, deve andar bem lá perto… Contrariedade não só para este jogo, em que perdemos o patrão da defesa, como para os próximos dois jogos, contra o... Benfica e o Vitória Futebol Clube. Coincidências do futebol português. Daniel Ramos teve de abdicar de Gamboa, para voltar a jogar com 2 centrais, através da entrada de Diney.

O golo da vitória surgiu aos 75 minutos, numa traição de Heldon ao seu antigo clube, desviando de cabeça, ao segundo poste, na sequência de um pontapé de canto. Já em tempo de desconto, Éber Bessa ganha um livre à entrada da área e apodera-se imediatamente da bola para tentar a sua sorte. Infelizmente a bola foi ao poste direito da baliza de Douglas, esfumando-se assim a hipótese de pontuar no difícil estádio D. Afonso Henriques.

Domingo há jogo para ganhar no nosso Caldeirão, apesar da suspensão de Zainadine (2 jogos) conseguir ser tão ou mais ridícula que a expulsão em si, dado que Jubal foi suspenso por apenas um jogo.

Os assobios ao apoio prestado à equipa são a garantia que o apoio foi audível, ainda que apenas em certos momentos. No final do jogo toda a equipa agradeceu e reconheceu o apoio dispensado à equipa, como já começa a ser um excelente hábito, sobretudo desde a entrada de Daniel Ramos.

Num estádio D. Afonso Henriques com excelente ambiente, as equipas alinharam da seguinte forma:
Vitória SC: Douglas; João Aurélio, Jubal, Pedrão, Konan; Celis, Wakaso, Hurtado (Helder); Heldon (Marcos Valente), Estupinan e Raphinha.
Treinador: Pedro Martins.

Marítimo: Charles; Bebeto, Zainadine, Pablo, China; Fábio Pacheco, Gamboa (Diney), Jean Cléber; Edgar Costa (Éber Bessa), Rodrigo Pinho (Everton) e Ricardo Valente.
Treinador: Daniel Ramos.



Vídeo do livre de Éber Bessa:


 Imagens do jogo:















quinta-feira, 27 de julho de 2017

Liga NOS 2016/2017: Paços de Ferreira - 0 / Marítimo - 0

20/05/2017 – Mais uma data para a História
Texto atrasado. Muito atrasado. Demasiado atrasado… Emoção da altura, cansaço, trabalho, depois férias, o texto que não estava a correr bem… Enfim, desculpas não faltam, mas a verdade é que amanhã temos Europa e ainda não temos texto no nosso apuramento...Até agora!
Depois de ter visto o encontro contra o Rio Ave, onde era expectável outro resultado, passei a semana toda a pensar neste jogo. Tinha na retina a enorme defesa do Charles que nos permitiu continuar a sonhar. Se podíamos ter garantido a qualificação, a verdade é que poderíamos ter complicado e muito as contas para a última jornada.
“Pára de pensar nisso, rapaz, energias negativas não, obrigado. Já estiveste na épica qualificação em Guimarães, agora não será mais difícil. “ Isto é apenas um exemplo de um dos meus diálogos comigo mesmo.
A meio da semana, enorme contrariedade: o jogo será disputado no Sábado. Pode parecer irrelevante, mas o futebol moderno esquece-se sempre dos mesmos, dos adeptos. Considerando que muitas pessoas trabalham ao Sábado e havia bênção das fitas de algumas faculdade, os 3 carros que iam sair de Lisboa passaram a ser só 1.
Contratempos e vicissitudes à parte, lá nos pusemos a caminho no Sábado de manhã e sem contratempos chegámos a Paços de Ferreira por volta da hora do almoço. Encontrámos logo um grupo de caras conhecidas de alguns maritimistas e fizemos o repasto num bar em frente ao complexo do Paços. Optámos pelo prato tradicional do futebol: Bifanas e muita cerveja (não necessariamente por esta ordem).
A entrada no estádio foi calma, com destaque para a simpatia dos sócios do Paços de Ferreira. Sendo o último jogo, eles tinham direito a 2 ou 3 bilhetes para oferecer. E muitos deles abordaram-nos nesse sentido: “Querem bilhetes? Nós damos!”. Ficou registado o gesto, o qual agradecemos.
Chegados ao estádio (cuja renovação está em fase final – e que belo trabalho fizeram – estádio confortável, abrigado e próximo do relvado), ficámos com a percepção de que éramos uns 50 maritimistas. Os Fanatics e os Templários marcaram presença, registando-se a ausência do Esquadrão.
Vou abster-me de fazer grandes comentários ao jogo, pois o nervosismo era tanto que confesso não ter memorizado grande coisa, mas garanto que ia tendo um AVC nos lances da primeira parte, em que o Charles acabou por ser o nosso abono de família. Segunda parte de muitos, muitos nervos, bola no nosso poste, penalti a nosso favor por marcar… tudo a acontecer e o receio de ver a Europa desaparecer começou a instalar-se. No entanto, a verdade é que mesmo não estando a ser um jogo bem conseguido e mesmo com as oportunidades do Paços, a verdade é que sentia-se que ninguém estava ali com vontade de entregar o ouro ao bandido. Todos se entregaram, todos lutaram, todos deram o máximo.
Nós, na bancada, já não conseguíamos berrar mais para dentro de campo. “Está na hora!”, “Já chega!”, entre outros recados para o árbitro… até que… três apitos e acabou. Finito. Conseguimos!!!! Os jogadores vieram logo ter connosco saborear aquele momento, a bandeira da Madeira saltou para dentro de campo e foi orgulhosamente exibida pelos nossos.
Estar afastado da nossa ilha por vezes dói (e por vezes dói muito). São momentos como estes, em que estamos longe e em minoria, mas que perante a adversidade, mostramos que somos melhores e saímos vencedores que nos moldam, que fazem sermos que somos. Ter estado em Guimarães e agora em Paços de Ferreira é motivo de orgulho. Conquistar um apuramento para a Europa longe de casa e na última jornada não é para todos.
Amanhã, afastados da ilha, vamos assistir pela televisão ao nosso Marítimo. Desta vez, estaremos em minoria na Bulgária. Tenho a certeza que vamos mostrar mais uma vez de que massa somos feitos! Está escrito!
Convívio antes do jogo

Convívio antes do jogo




Bancadas bem compostas neste ultimo jogo do campeonato
Adeptos maritimistas em bom número, a ajudarem a equipa na sua 9ªqualificação europeia 


Rumo à Europa
Jogadores a celebrarem com os adeptos mais uma qualificação europeia
...e foto com o grande obreiro desta qualificação; Mister Daniel Ramos! Para a posterioridade!