segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Liga NOS 2016/2017: Tondela- 1 / Marítimo- 1



Quem vai a Tondela? Esta foi a pergunta logo depois do dérbi do arco – o tal que ninguém viu, mas que alguns suspeitam que foi verdade. 

Reunidas as tropas, e após vários acertos de horário (12h30, 12h00, 11h30, até às definitivas 11 horas), combinou-se no inevitável Kaffa, em Telheiras – um especial agradecimento pela cedência de um instrumento vital nesta viagem: um abre cápsulas. A nossa vénia, portanto.

Este abre-cápsulas salvou o pequeno-almoço composto por esse riquíssimo cereal que é a cevada em estado líquido. Decidimos fazer um upgrade e desta vez levámos uma geleira atolhada de minis. 

Ainda bem que saímos com tempo, pois graças ao pequeno-almoço as paragens foram mais que muitas. Se o Zeca dizia que em cada esquina há um amigo, a nossa vivência é diferente: em cada estação de serviço, uma casa de banho. 

Às 14h30 lá chegámos e honra à (única!!!) mini guardada para o Jarbas, que escorregou que nem água no deserto. Estacionamento mesmo à porta do (muito agradável) estádio, mas tínhamos perdido por pouco a chegada da equipa. 

Retemperadas as forças com uma refeição leve, as gentes de Tondela começavam a chegar ao estádio e, como sempre, aproveitámos para conviver e trocar pontos de vistas de forma salutar. 

Passada a revista da praxe (isqueiros não entraram, mas curiosamente as mochilas não foram revistadas), posicionámo-nos lateralmente perto de uma das balizas e constatámos que éramos cerca de 50 pessoas. Havia o nosso grupo que partiu desde Lisboa, pessoal de Coimbra e também madeirenses que residem por aquelas bandas. Mais uma vez, o futebol serve como factor congregador. 

O jogo, como todos viram, começou com o Marítimo completamente balanceado ao ataque, mas sem grande acutilância. O Tondela, por sua vez, na primeira vez que vai à nossa baliza, marca. E depois soube fechar muito bem. Jogo muito disputado e pouco bem jogado. Já na segunda parte, como tem sido apanágio esta época, Raúl aproveitou muito bem um canto e fez o empate de cabeça. 

Se o Tondela podia ter marcado de penalti (falta de Alex Soares, que teve tanto de indiscutível como de escusada), a verdade é que o Éber poderia ter feito o mesmo de livre directo mesmo ao cair do pano. Ponto em comum nos dois lances: O poste. Viva o poste e pá merda com o poste. Escolham o que preferirem.

O empate acaba por se aceitar, embora o resultado não sirva a ninguém. No entanto, vimos que todos os jogadores empenharam-se, mostraram vontade e quando assim é…

Já depois do jogo, fomos ter à porta de saída do nosso autocarro. E aqui entra o ponto mais positivo desta deslocação: Vários foram os jogadores que vieram ter connosco para nos cumprimentar e agradecer o apoio, incluindo o eterno Briguel, Carlos Pereira, mas a estrela da companhia foi indubitavelmente o nosso mister: Daniel Ramos aproximou-se de nós a roer uma maçã e fez questão de nos cumprimentar quase individualmente e depois começou o show de humildade e de saber estar: explicou opções tácticas, quais os seus objectivos, a diferença de comunicação interna e para o exterior, identificou pontos fracos, reconheceu que só depois de ter começado esta experiência apercebeu-se da real dimensão do clube… esteve ali um bom quarto de hora como se fosse um de nós. Simples, humilde, generoso. Não me recordo de alguma vez ter tido algum treinador com este perfil. 

Espero que continue e que tenha um plantel mais equilibrado para poder desenvolver o seu trabalho de início e com outras armas.

Deslocação a recordar tanto pelo convívio entre nós, como com as gentes de Tondela, mas acima de tudo pela interactividade com a equipa, com especial destaque ao nosso timoneiro.


Imagens do jogo: